OSCAR 2018: Eu, Tonya (I, Tonya)

Este é um projeto pessoal da atriz australiana Margot, uma das mais belas do cinema atual e que se revela aqui também uma poderosa e carismática atriz

30/12/2017 22:12 Por Rubens Ewald Filho
OSCAR 2018: Eu, Tonya (I, Tonya)

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Eu, Tonya (I, Tonya)

EUA, 2017. 1h59min. Direção de Craig Gillespie. Roteiro de Steven Rogen. Com Margot Robbie, Sebastian Stan, Allison Janney, Bobby Canavale, Caitilin Carver, Julianna Nicholson, Paul Walter Houser. Previsto para estrear 15 de fevereiro no Brasil.

Indicada ao Globo de Ouro, o SAG, e vários outros prêmios este é um projeto pessoal da atriz australiana Margot, uma das mais belas do cinema atual e que se revela aqui também uma poderosa e carismática atriz. Ela se revelou como a esposa de Leonardo Di Caprio no polÊmico O Lobo de Wall Street, 13, de Scorsese, e depois esteve em Golpe Duplo com Will Smith e Rodrigo Santoro, ponta em A Grande Aposta, foi Jane em A Lenda de Tarzan, e Harley Quinn no Esquadrão Suicida (e supostamente na continuação).

Nada fazia supor porém sua garra neste projeto onde não tem problemas de se deixar feia e ate antipática porque recria um fato real que teve muita repercussão nos Estados Unidos e grande parte do mundo. A historia de Tonya Harding, uma aspirante as olimpíadas de patinação no gelo que veio de uma família muito pobre, se casou com um cafajeste grosseiro e violento, se envolvendo num escândalo nacional quando este consegue que um amigo agrida e machuque a rival dela, uma certa Nancy Kerrigan. Tonya se envolve no caso e até hoje ainda tem uma figura polêmica, que este filme descreve como se fosse uma grande reportagem de televisão.

O diretor Gillespie, australiano, fez besteiras como Mr. Woodcock, Em Pé de Guerra, 07 com Billy Bob Thorton, e no mesmo ano uma comedia romântica inteligente e triste, A Garota Ideal (Lars and the real Girl, que deu indicação ao Oscar para o protagonista, Ryan Gosling). Não tinha porque fazer o remake de A Hora do Espanto (11) com Colin Farrell, o esportivo de Disney que ninguém viu aqui, O Arremesso de Ouro (14), Horas Decisivas (16) com Chris Pine, Casey Affleck. Com tudo isso nada prevenia esta realização muito firme, seja na reprodução das cenas de gelo (ficamos na duvida se Margot foi dublada, em geral fazendo realmente as danças) seja no clima jornalístico da narrativa.

Também tem sido indicada a prêmios, no caso Allison Janey, que em sua carreira já teve indicação seis vezes no Globo de Ouro, aqui como a mãe maldita da heroína (o filme perde força ao final quando ela se torna mais suave), e ainda nas séries deTV Mom, The West Wing, no caso 4 vezes.

Parece que o filme não está indo muito bem de público lá fora! Será que já passou de moda a história? Pode ser. Mas certamente ele demonstra as qualidades dramáticas de Margot.

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho é jornalista formado pela Universidade Católica de Santos (UniSantos), além de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados críticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veículos comunicação do país, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de São Paulo, além de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a década de 1980). Seus guias impressos anuais são tidos como a melhor referência em língua portuguesa sobre a sétima arte. Rubens já assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e é sempre requisitado para falar dos indicados na época da premiação do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fãs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleção particular dos filmes em que ela participou. Fez participações em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minisséries, incluindo as duas adaptações de “Éramos Seis” de Maria José Dupré. Ainda criança, começou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, além do título, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informações. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionário de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o único de seu gênero no Brasil.

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