OSCAR 2018: Terra Selvagem (Wind River)

É um filme violento, de bastante impacto e com alguns momentos perturbadores

18/09/2017 09:32 Por Rubens Ewald Filho
OSCAR 2018: Terra Selvagem (Wind River)

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Terra Selvagem (Wind River)

EUA,17. 1h47 min. Direção e roteiro de Taylor Sheridan. Com Jeremy Renner, Julia Jones, Elizabeth Olsen, Graham Greene, Kelsey Asbille, Tantoo Cardinal, Eric Lange. Rodado em Park City, Utah.

Previsto para estrear em 2 de novembro no Brasil, este é novo filme dirigido pelo atual fenômeno descoberto na última festa do Oscar, onde foi finalista como roteirista, Taylor Sheridan, pelo drama /faroeste moderno, A Qualquer Custo (Hell or High Water), direção de David MacKenzie mas roteiro de Taylor Sheridan. No elenco, Jeff Bridges, Chris Pine, Ben Foster. É curioso como este filme ganhou prestigio não para o inglês McKenzie mas o ator e roteirista Taylor, que ficou famoso por causa do roteiro que escreveu para Sicário, Terra de Ninguém (15) e sua participação na série de TV Filhos da Anarquia (como ator). A Qualquer Custo foi indicado ao Oscar de melhor filme, diretor, montagem e coadjuvante Bridges e montagem. Globos de Ouro de filme, coadjuvante Bridges e roteiro. Independent Spirit como coadjuvante Ben Foster. Entre outros menores.

O novo filme de Sheridan

Apesar do sucesso como roteirista e agora diretor, Taylor também continua trabalhando como ator (os inéditos Stage Kiss, Horse Soldiers), mas praticamente tudo que fez foi como participante de série de TV. E ficou poderoso o suficiente para realizar este filme Terra Selvagem/ Wind River (que por sinal é o nome do lugar onde sucede a maior parte da aventura) bastante interessante, rodado numa paisagem gelada perto de Sundance - passando como se fosse Wyoming - e baseado em fatos reais. Durante a filmagem, ele recebeu a visita no set de índios líderes da tribo Shoshone que lhe contaram que naquele momento eles tinham 12 assassinatos de mulheres não resolvidos, na reserva indígena de 6 mil pessoas. Tudo por causa de uma lei de 1978, que não permite perseguir ou prender os não indígenas que cometerem crimes na reserva. Se preso, só uma corte federal pode julgá-lo. Por isso tantos criminosos saem ilesos. Um detalhe: o filme ganhou o prêmio de melhor diretor no mais recente Festival de Cannes. Melhor filme e premio do público em Karlov Vary. Melhor filme em Nantucket.

O filme é inspirado nesses casos. Começamos acompanhando Corey um já veterano caçador de animais selvagens, interpretado pelo sempre neutro Jeremy Renner, que é casado com mulher indígena, que ajuda uma jovem agente do FBI, Jane (Elizabeth Olsen) a tentar resolver um caso de assassinato numa reserva. Sempre massacrados pela neve, eles procuram a ajuda dos mais velhos mas enfrentam a neurose e violência de outros ditos oficiais da lei. É um filme violento, de bastante impacto e com alguns momentos perturbadores. Talvez pela denúncia e o abuso, gostei mais dele do mais rotineiro A Qualquer Custo.

Na verdade, os filmes possíveis para o Oscar este ano parecem ser menos espetaculares ou sociais. Ou vai ver, ainda não os conhecemos bem. Este aqui é sério, competente e aborda um tema que raramente discutimos.

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho é jornalista formado pela Universidade Católica de Santos (UniSantos), além de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados críticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veículos comunicação do país, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de São Paulo, além de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a década de 1980). Seus guias impressos anuais são tidos como a melhor referência em língua portuguesa sobre a sétima arte. Rubens já assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e é sempre requisitado para falar dos indicados na época da premiação do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fãs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleção particular dos filmes em que ela participou. Fez participações em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minisséries, incluindo as duas adaptações de “Éramos Seis” de Maria José Dupré. Ainda criança, começou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, além do título, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informações. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionário de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o único de seu gênero no Brasil.

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