OSCAR 2018: A Vida em Espera (Wakefield)
A história apesar de sua honrosa origem literária é por demais redundante e aborrecida
A Vida em Espera (Wakefield)
EUA, 17. 1h46min. Roteiro e direção de Robin Swicord. Baseado em contos de E. L. Doctorow, por sua vez baseado em ideia de Nathaniel Hawthorne. Com Bryan Cranston, Jennifer Garner, Beverly D´Angelo, Tracey Walter, Ian Anthony Dale, Jason O´Mara, Ellery Sprayberry.
Não ha dúvida que atualmente Bryan Cranston é o mais prestigioso ator do momento, em parte pelo tremendo pulo que deu ao sair de comédias familiares (Malcolm) para sucesso na série policial/suspense Breaking Bad (6-13), que lhe deu entre outros prêmios, 2 Globos de Ouro e depois mais duas indicações deles pelos filmes Trumbo e All the Way, este de TV). Enfim, para não ir longe, hoje ele é aquele que é capaz de fazer tudo e bem, com o maior respeito de todos. Este seu filme Wakefield porém foi mal recebido pela crítica e o público americano nem tanto por culpa dele (há momentos em que senti a presença de Robin Williams). Falta um final, menos falação (o filme é todo narrado por ele na primeira pessoa e simplesmente não agrada). Mas por que então estou chamando a atenção dele como possível finalista do Oscar. Muito simples Mr. Cranston pode tudo... mesmo quando erra.
A história apesar de sua honrosa origem literária é por demais redundante e aborrecida. Ele é um bem-sucedido executivo (um pouco envelhecido para o personagem, porém...) que ao voltar para a casa e a família no subúrbio é vitima de uma falta de luz/força e volta andando para casa, quando tem a idéia de se esconder numa construção agregada (onde guardam coisas velhas). E de lá fica observando a mulher (Jennifer Garner, totalmente mal aproveitada) e menos ainda as coitadas das filhas. E fica resmungando com o que vai sucedendo, aliás nada de muito grave, até que...
Bom, com certeza o público feminino irá se virar contra ele... Nem por isso ele deixa de trabalhar como um maluco, incluindo entre os recentes, a série de TV Super Mansion, The Disaster Artist, do desastroso James Franco, outra série Philip Dick´s Electric Dreams, The Upside, Last Flag Flying, com Steve Carell e a voz para Ilha de Cachorros. Já dava tempo para descansar um pouco.
Sobre o Colunista:
Rubens Ewald Filho
Rubens Ewald Filho é jornalista formado pela Universidade Católica de Santos (UniSantos), além de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados críticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veículos comunicação do país, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de São Paulo, além de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a década de 1980). Seus guias impressos anuais são tidos como a melhor referência em língua portuguesa sobre a sétima arte. Rubens já assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e é sempre requisitado para falar dos indicados na época da premiação do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fãs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleção particular dos filmes em que ela participou. Fez participações em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minisséries, incluindo as duas adaptações de Éramos Seis de Maria José Dupré. Ainda criança, começou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, além do título, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informações. Rubens considera seu trabalho mais importante o Dicionário de Cineastas, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o único de seu gênero no Brasil.