RESENHA: Os Filhos do Padre (Svecenikova Djeca)
RESENHA: Os Filhos do Padre (Svecenikova Djeca)
Os Filhos do Padre (Svecenikova Djeca)
Croácia, 2013. Direção de Vinko Bresan. Com Kresimir Mikic, Niksa Butijer, Marija Skaricic, Inge Apelt, Ana Begic.
Foram os amigos que me recomendaram um filme que eu ia deixar passar em branco, por falta de referências e de Fé numa comédia da Croácia, que tinha uma ideia para mim discutível: um padre que fura as camisinhas de sua pequena ilha para aumentar a população de crianças! Sem se preocupar com as possíveis consequências, como doenças que poderiam estar sendo proliferadas. Só que o filme não cai nunca na chanchada a lá brasileira, é uma comédia inteligente e muito bem narrada, com bela fotografia, uma linguagem discreta sempre valorizando a beleza os enquadramentos e dando o tempo de humor adequado. Sempre fazendo uma crítica discreta mas clara à Igreja católica, que até hoje ainda proíbe as camisinhas!
É bem divertida a história inspirada em peca teatral de Mate Matisic, de um padre novo que chega nesta cidadezinha litorânea (ele tem um tipo esguio meio o Adrien Brody) e tenta ajudar na crise populacional local. Com a ajuda de uns cúmplices, inclusive o cara que vende camisinhas, tenta aumentar a natalidade com resultados desastrosos. Não é preciso entrar em detalhes, basta constatar que o diretor é bom (o filme foi grande sucesso em sua região natal superado apenas por outro do mesmo diretor. Concorreu também como finalista em Comédia no European Film Award). Sem maiores pretensões, é um bom passatempo. Assistam.
Sobre o Colunista:
Rubens Ewald Filho
Rubens Ewald Filho é jornalista formado pela Universidade Católica de Santos (UniSantos), além de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados críticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veículos comunicação do país, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de São Paulo, além de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a década de 1980). Seus guias impressos anuais são tidos como a melhor referência em língua portuguesa sobre a sétima arte. Rubens já assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e é sempre requisitado para falar dos indicados na época da premiação do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fãs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleção particular dos filmes em que ela participou. Fez participações em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minisséries, incluindo as duas adaptações de Éramos Seis de Maria José Dupré. Ainda criança, começou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, além do título, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informações. Rubens considera seu trabalho mais importante o Dicionário de Cineastas, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o único de seu gênero no Brasil.