RESENHA CRTICA: O Ano Mais Violento (A Most Violent Year)

Bom filme, que merece ser descoberto

19/02/2015 15:51 Por Rubens Ewald Filho
RESENHA CRÍTICA: O Ano Mais Violento (A Most Violent Year)

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O Ano Mais Violento (A Most Violent Year)

EUA, 14. 125 min. Direção de J. C. Chandor. Com Jessica Chastain, Oscar Isaac, David Oyelowo, Albert Brooks, Alessandro Nivola, Elyes Gabel, Catalina Sandino Moreno, Peter Gerety, Christopher Abbott, Jerry Adler.

Foi uma pena este interessante filme não ter tido mais sorte e conseguido alguma indicação de prêmio que o poderia ter ajudado a ser descoberto. Afinal, de prêmio grande só a indicação ao Globo de Ouro para Jessica embora tenha sido mencionado por varias organizações criticas e independentes (Independent Spirit que sai no dia do Oscar®, como Jessica, montagem e roteiro, o Gotham para Isaac).  E o bom é que este é o melhor trabalho da atriz que por vezes me parece super estimada.

Impliquei também com o título e a promoção do filme, porque está evidente que depois de pronto que tiveram a ideia de usar esse titulo e a motivação de que 1981 teria sido ano mais violento na cidade de Nova York (é besteira porque violência ali nunca faltou!). De qualquer forma, o Sr. Chandor é um escritor muito hábil e um diretor com talento conforme já demonstrou antes em Margin Call - O Dia antes do Fim, 11, com Kevin Spacey, Jeremy Irons, que foi das melhores acusações à crise financeira americana provocada pelos banqueiros. Logo depois fez Até o Fim (All is Lost, 13), que pouca gente viu mas que bem que poderia ter dado indicação ao Oscar® para Robert Redford, que tem um tour de force sozinho enfrentando uma tempestade com seu médio iate.

Agora ele se fixa numa história que se não é real aparenta ser.  Oscar Isaac, a revelação de Inside Lewellyn Davis dos Irmãos Coen, faz agora um industrial Abel Morales (Javier Bardem ia fazer este papel mas não pode e Chastain indicou Oscar que havia sido seu companheiro na faculdade de Julillard. Ela por sua vez substituiu Charlize Theron)  que está comprando o terreno de seus sonhos onde poderá ancorar seu negócio de venda de combustível. Mas não é fácil, o lugar pertence a judeus ortodoxos justos mas exigentes, que não cedem. E por nenhuma explicação a sorte virou contra ele. Um oficial policial (feito pelo mesmo excelente David Olyelowo, de Selma) resolve abrir investigação contra ele para tentar provar que é corrupto. Coisa que Abel jura de pés juntos que não é!  Mas o grave mesmo é que sem explicações começam a surgir ataques aos carros tanques/pipas, não se sabe de onde. Mas os motoristas fogem criando insegurança e o conteúdo é roubado (será vendido para os concorrentes? Mas isso seria uma traição).

Há nisso tudo uma figura muito forte que é a mulher de Abel há muitos anos, Anna (Jessica) que é filha de um chefão e que entende das jogadas há muitos anos. Albert Brooks,que foi comediante, faz seu conselheiro advogado, em papel escrito para Stanley Tucci. Mas Abel não sabe para onde se virar, lhe falta a grana de quem emprestar, os rivais agora desconfiam e podem estar traindo.

E a situação fica um pouco mais pessoal quando um jovem motorista, latino e boa pessoa, se apavora quando é assaltado e começa a reagir, numa atitude que pode levar toda a gestão por água a baixo. Não é tanto o ano que é o violento, é a cidade, o modo de vida, as profissões a beira da marginalidade. Nem por isso o filme deixa de ser envolvente, uma trama policial diferente, que mexe com coisas inesperadas. O filme que custou 19 milhões não rendeu mais porém do que 4.600 milhões. Não prova nada, continua a ser um filme que merece ser descoberto.

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de “ramos Seis” de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionrio de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.

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