Parceiras Eternas (Life Partners)
O filme é bem humorado, não cai na caricatura e pinta um retrato humano da dificuldade se encontrar a pessoa certa para um relacionamento
Parceiras Eternas (Life Partners)
EUA, 14. 93 min. Direção de Susanne Fogel. Com Leighton Meester, Gillian Jacobs, Adam Brody, Gabourey Sidibe, Beth Dover, Abby Elliot, Kate McKinnon, Mark Feuerstein, Elizabeth Ho, Greer Grammer (filha de Kelsey Grammer).
Um título brasileiro muito ruim deve prejudicar esta comédia romântica lésbica bem divertida e interessante, que poderia ter um público alvo disposto a curti-la! É raro se ver por aqui histórias do gênero sem finais trágicos ou lições moralistas. É uma simpática história sobre duas amigas de vinte e muitos anos, uma delas feliz gay Sasha (a encantadora Leighton Meester, de Gossip Girl, que curiosamente na vida real é casada com Adrien Brody, que faz o namorado da outra protagonista) e Paige (Gillian Jacobs, que parece uma Anne Hathaway loira e que estava na série Community) que prefere parceiros heterossexuais e consegue ter uma ligação mais ou menos estável com um cara comum, fã de O Grande Lebowski dos Irmãos Coen e feito por Brody, lembrado ainda pela série O.C. mas que desde então tem feito uma carreira regular no cinema.
Dirigida por uma mulher Fogel (este é seu primeiro longa, no momento escreve e produz a série de TV Chasing Life), relata com muita sensibilidade e perspicácia, sem nunca julgar os personagens, as dificuldades de encontrar parceiros em Los Angeles, mesmo que o estilo de vida alternativo seja aceito pelas pessoas. Paige se defronta com a interferência da mãe e adora sua amiga Sasha, a quem pode contar tudo. Mas este é o personagem mais rico e contraditório. Os pais a ajudam na esperança que ela venha realizar o que seria seu sonho antigo de fazer carreira na música, mas há anos que ela sobrevive como recepcionista e passando de um romance para outro. Alguns americanos acharam que o filme lembra uma série de TV que não conheço chamada Faking It e realmente aborda temas que vemos mais na TV que no cinema. O importante é que o filme é bem humorado, não cai na caricatura e pinta um retrato humano da dificuldade se encontrar a pessoa certa para um relacionamento. Seja ele qual for.
Sobre o Colunista:
Rubens Ewald Filho
Rubens Ewald Filho é jornalista formado pela Universidade Católica de Santos (UniSantos), além de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados críticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veículos comunicação do país, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de São Paulo, além de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a década de 1980). Seus guias impressos anuais são tidos como a melhor referência em língua portuguesa sobre a sétima arte. Rubens já assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e é sempre requisitado para falar dos indicados na época da premiação do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fãs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleção particular dos filmes em que ela participou. Fez participações em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minisséries, incluindo as duas adaptações de Éramos Seis de Maria José Dupré. Ainda criança, começou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, além do título, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informações. Rubens considera seu trabalho mais importante o Dicionário de Cineastas, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o único de seu gênero no Brasil.