NA NETFLIX: Steve Martin e Martin Short - An Evening You Will Forget For The Rest Of Your Life
A verdade é que sou grande admirador de ambos, de Steve no cinema e na literatura e de Martin em shows da Broadway
Steve Martin & Martin Short: An Evening You Will Forget For The Rest Of Your Life
EUA, 2018. 60min. Direção de Marcos Roboy.
Nem todos shows de comediantes, stand ups, como ficaram famosos por aqui, conseguem agradar e funcionar quando capturados pela Netflix. Mas este muito recente é especial porque reúne como dupla dois dos maiores humoristas norte-americanos, famosos principalmente por causa dos filmes, fizeram juntos ainda em começo de carreira a comédia Três Amigos - Three Amigos, de 86, dirigidos por John Landis reunindo o novato Martin Short e Steve Martin, já no caminho do sucesso e Chevy Chase, que também fez sucesso, mas hoje é um coadjuvante gordo e careca. O filme só para registrar é uma sátira aos faroestes antigos que brincavam como os hábitos mexicanos e acabou virando Cult!
Todo mundo conhece Steve Martin, que enveredou por um caminho mais particular, mais satírico e intelectualizado (também virou escritor, virou tocador e compositor de Banjo e até arrisca com roteiros mais humanos e ousados). Hoje já esta com 72 anos (mais um ano agora em agosto), sempre com o cabelo branco, mas tentando esconder um certo cansaço e se achando velho para fazer comédias românticas. Mas escreveu uma história juvenil Magic Camp, que Disney está para lançar. Certamente por tudo isso que achou que fazer um show de teatro sozinho seria muito pesado e resolveu convocar o amigo Short, que nunca conseguiu ser um astro tão famoso no cinema (nasceu em 1950), que esteve anos no Saturday Night Live, fez muita comédia na TV e também faz sucesso no teatro, inventando personagens e um maneirismo particular (o grande drama de sua vida foi a morte prematura da esposa, coisa que esconde aqui). Na verdade, o show desta vez é baseado na velha tradição americana de ofensas, ou seja, um tira sarro do outro, provocando as vezes detalhes agressivos mas que não passam de brincadeira. É o que sucede com a dupla, quase sempre com bom resultado (ainda que Short tenha melhor voz de cantor, é mais palhaço e não tem vergonha de roubar uma risada a qualquer custo).
A verdade é que sou grande admirador de ambos, de Steve no cinema e na literatura e de Martin em shows da Broadway (onde era impagável). E foi um refresco ver a dupla irônica e malandra numa agradável hora de diversão.