RESENHA CRTICA: Festa no Cu (Book of Life)

Produzido por Bencio del Toro, um pouco mrbido para as crianas

22/10/2014 13:08 Da Redação
RESENHA CRÍTICA: Festa no Céu (Book of Life)

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Festa no Céu (Book of Life)

México, 14. 95 min. Direção de Jorge.R. Gutierrez. Vozes originais de Diego Luna, Zoe Saldana, Chaning Tatum,Ron Perlman, Ice Cube, Christina Apllegate, Danny Trejo, Placido Domingo. Dublagem nacional Marisa Orth, Thiago Lacerda. Fox. Produção de Guillermo del Toro.

 

Esta havendo uma inflação de filmes de animação de tal forma que fica difícil acompanhar todos (quem tem paciência para ver mais uma aventura de Oz?). O que nos leva a assistir com atraso talvez o mais curioso deles, justamente porque é apoiado pelos fãs de filmes de terror e ficção cientifica (que são muitos), que apoiam o diretor mexicano Guillermo del Toro, que tem uma carreira muito interessante no gênero. Mas pela primeira vez produz uma animação e desta vez muito mexicana.

É bom lembrar que Del Toro fez e foi premiado pela obra-prima (na Espanha) de O Labirinto do Fauno, os dois Hellboys, o irregular Círculo de Fogo (Pacific Rim) e anteriormente Cronos, Mutação, Espinha do Diabo, e ainda co-assinou o roteiro de The Hobbit. Com orçamento de 50 milhões (a renda foi ate agora quase 18 milhões de Dólares nos EUA e mais 8 no exterior). Sem personagens conhecidos do público em geral, só será bem compreendido pelos mexicanos, que vão entender a homenagem a uma de suas festividades mais tradicionais, algo semelhante ao Halloween americano. Acontece que eles tradicionalmente comemoram o dia de Finados com mitologia própria, inclusive bonecos, doces, quase como um carnaval.

 Na verdade é um problema sério de resolver. Imagine fazer um desenho longo em que o personagem principal é A Senhora Morte, em que os personagens têm que morrer para serem felizes nessa outra terra místicas. Não só é preciso lidar com a morte, que já é um tema que as  pessoas tem repulsa, como todo o visual (curioso sem dúvida) tem aquele excesso latino (cheio de exuberância, com flores, desenhos, maquiagem pesada). E de certa maneira ate ser mau exemplo, tornando o suicídio positivo. Poderia-se comparar com as animações lúgubres de Tim Burton (nem tentam vender para crianças) que no entanto ainda são mais acessíveis.E divertidas mesmo, já que o defeito número um do filme é sua falta de humor, mesmo negro. Uma dúzia de piadas ajudaria muito.

Também não acreditem nos elogios a produção e as cores exageradas e a criação de figurinos e direção de arte que são chegadas ao cafona, já que a maior parte dos elogios vem de parte do fãs do Del Toro e fã existe para isso, para exagerar e defender seu ídolo. Não é para tanto, o filme usa algumas canções famosas (e bregas) e para o espectador casual não chega a ser ruim.  Se bem que se conhecer melhor os costumes mexicanos fica muito mais palatável.

Mas pode vir a ser um dia Cult, ao contar a história de uma garota amada por dois garotos, que vão crescer naturalmente e disputá-la. Um virou toureiro à força (a família quer porque seu desejo é ser cantor), o rival é soldado. Enfim, a moça morre e só no outro lado, que a disputa vai continuar. Agora na terra dos Lembrados e dos Esquecidos.

Esse roteiro foi reescrito sem crédito por Paul Chart. O título original era El Matador, mudado depois para Day of the Dead, depois para Book of Life.  

Felizmente criança já tem gosto e sabe o que aprecia. Para mim é um pouco mórbido demais para eles.

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de “ramos Seis” de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionrio de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.

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