RESENHA CRTICA: Um Espio e Meio (Central Intelligence)
Talvez no seja o filme mais engraado de Hart, mas uma chance de conhecer melhor o humorista mais querido e de maior bilheteria no atual cinema americano
Um Espião e Meio (Central Intelligence)
EUA, 16. 107 min. Direção de Rawson Marshall Thurber. Com Kevin Hart, Dwayne Johnson, Jason Bateman, Daniele Nicollet, Amy Ryan, Aaron Paul, Thomas Kretschman.
É difícil de acreditar, mas o humorista mais querido e de maior bilheteria no atual cinema americano é um tal de Kevin Hart, que talvez vocês nem se lembram quem é (o rapaz que é baixinho já esteve em mais de 90 e tantos projetos, inclusive foi o apresentador daquele com Justin Bieber, onde falavam mal dele!). Mas é tanto que acharam melhor finalmente exibir os sucessos dele não apenas na TV, mas também tentar nas salas, que rejeitam Blacks desde quando se aposentou Eddie Murphy.
Esta é uma coprodução em o New Line (da Warner) e a Universal num filme de sucesso por lá (124 milhões locais e mais 74 no exterior) onde Kevin faz dupla com outro tão ou até mais popular do que ele, que é o caso de Dwayne Johnson, que já foi noutros tempos lutador de luta livre e chamado de The Rock. O diretor daqui não é muito conhecido entre nós também, se chama Rawson Thurber e fez Com a Bola Toda, Família do Bagulho, Padrimhos Ltda, O Durão. Hart faz filmes desde 2001, entre eles, Ajuste de cContas, É o Fim, Policial em Apuros I e II, Sobre Ontem a Noite, Pense Neles Também , No Auge da Fama. Por acaso eu assisti praticamente todos e sou testemunha de sua popularidade e ao menos enquanto não se estragar de sua capacidade de provocar riso.
O começo do filme é meio grosso. Dwayne faz Robbie um oriental muito grosseiro que cai num golpe dos colegas mal encarados que o levam pelado para o meio da quadra de esportes, onde justamente Calvin (Hart) está sendo votado o esportista favorito da escola e o que tem mais chance de dar certo. Vinte anos depois ele é um contador que tenta entrar em contato com os colegas e descobre que o outro agora trabalha na CIA. Juntos acabam se envolvendo em confusões, perseguições e aventuras. Mesmo assim só depois de 30 e tantos minutos de conversa. Sempre fazendo um paralelo entre o baixinho desastrado e o gigante bom sujeito e herói, apesar de estar sendo procurado pelo governo.
Curiosamente os dois formam dupla atualmente noutro filme que seria remake de Jumanji (ainda com Jack Black). Talvez não seja o filme mais engraçado de Hart, mas é uma chance de conhecê-lo melhor. Ao final tem cenas que saíram erradas e que funcionam mais do que as oficiais!
Sobre o Colunista:
Rubens Ewald Filho
Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de ramos Seis de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o Dicionrio de Cineastas, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.