OSCAR 2017: Manchester Beira-Mar (Manchester By the Sea) - RESENHA CRTICA

No gostei do filme, a histria no fcil de seguir e principalmente ator central Casey, que uma mosca morta desde o comeo da carreira

11/02/2017 12:10 Por Rubens Ewald Filho
OSCAR 2017: Manchester à Beira-Mar (Manchester By the Sea) - RESENHA CRÍTICA

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Manchester à Beira Mar (Manchester by the Sea)

EUA, 2016. 2 horas e 17 minutos. Roteiro e direção de Kenneth Lonergan. Com Casey Affleck, Kyle Chandler, Michelle Williams, Ben O´Brien, Gretchen Mol, Tate Donovan, Lucas Hedges. Matthew Broderick, Josh Hamilton.

Este é um daqueles filmes que provoca sono e tédio no espectador comum e delírios de emoção no critico de cinema. Não me pergunte qual a razão mas tenho um amigo (real) que sempre tentou que eu explicasse porque crítico gosta tanto de filme chato! É uma palavra que na verdade eu evito porque me pareceu sempre vulgar. Mas é fato que quanto mais lento, arrastado, esticado, morno, acessível, com trama confusa, mais a critica passa a louvá-lo. Vá se entender por que.

Este filme aqui foi vítima de um desses casos de delírio coletivo o que lhe garantiu as diversas indicações: 5 indicações para o Globo de Ouro (roteiro, diretor, coadjuvante -apesar de que Michelle Williams tenha poucas cenas e não memoráveis -, ator e drama). O Sindicato dos Atores destacou o elenco, ator e coadjuvantes no caso Michelle e a revelação Lukas Hedges. Cinco para os Independent Award (montagem, roteiro, coadjuvante Lukas, ator Casey, e filme). Críticos de Nova York (filme, ator e coadjuvante Michelle). Isso pra não irmos mais longe...Depois no Oscar, filme, ator, atriz coadjuvante Michelle, ator coadjuvante Lucas Hedges, direção e roteiro. Como eu queria demonstrar.

Mas porque eu não gostei do filme. Começo pelo justamente o ator central Casey, que é uma mosca morta desde o começo da carreira e é tão ruim ou mesmo pior do que seu irmão Ben Affleck que ao menos é bonitão. Casey é inteiramente apático e soturno (correu uma história de que ele estava envolvido em dois estrupos, mas não se ouviu falar mais disso). O certo seria ter alguém carismático, papel para um Steve McQueen ou Paul Newman dos bons tempos. Também me incomoda o fato de que esse ator teve um problema nas filmagens quando abordou sexualmente duas mulheres, de tal forma que teve que pagar dois milhões de dólares em troca do silêncio delas! Coisa feia!

Até porque a história não é fácil de seguir porque estão aproveitando em roteiros situações paralelas em “time line” (linha do tempo) como se viu agora em A Chegada e nas séries deTV This is Us e Westworld. Isso pode tornar o filme mais instigante. Mas vai ter gente que vai se perder nas idas e vindas. Podiam ao menos explicar melhor onde é essa tal de Manchester e já que tem um navio pesqueiro pelo menos capturar um deles... Quem ia dirigir o filme era Justamente o amigo da família Affleck, Matt Damon, e ele aparece creditado como coprodutor ao lado de John Krasinski. Resta falar do diretor Kenneth Lonergan, que é mais dramaturgo e fez antes, os roteiros de Máfia no Divã I E II, o horrível Alceu e Dentinho,Gangues de Nova York e os mais pessoais Conte Comigo (2000, com Laura Linney, de sua autoria), Margaret (11) com Damon e Anna Paquin. E aquele que eu considero o melhor do filme o rapaz ruivo Lukas Hedges, que esteve em O Grande Hotel Budapest e Moonrise Kingdom, Refém da Paixão com Kate Winslet. Ganhou também como revelação nos Critic´s Choice.E também o sempre discreto astro da teve Kyle Chandler (como pai de Lukas). Com tanta fanfarra o filme pode até ganhar. Ainda assim eu continuo com La La Land de favorito.

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de “ramos Seis” de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionrio de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.

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