Bons filmes brasileiros... Descubra...
Mesmo na crise econômica, vele assistir a dois filmes nacionais: Todas as Canções de Amor e A Voz do Silêncio
Parece uma ironia, mas por causa da crise econômica, dos preços altos dos ingressos e principalmente da falta de dinheiro, os espectadores deixaram de ir às salas de cinema, prejudicando principalmente os filmes nacionais. Uma pena porque, por coincidência ou não, isso fez fracassar alguns dos melhores lançamentos do ano. Tomara que tudo melhore e tenhamos as exceções como este bonito e romântico e muito bem musicado filme como é o caso de Todas as Canções de Amor, de Joana Mariani, que teve a sorte de ser descoberto na Mostra Internacional de São Paulo, como “melhor filme brasileiro”, autorizado pelo meu querido amigo Luiz Carlos Merten que escreveu: “com Bruno Gagliasso e Marina Ruy Barbosa, o cinema tomam de assalto a TV e o cinema até a crítica está apaixonada”. Certo ele já que a dupla não podia estar melhor, num filme bonito, romântico com uma notável trilha musical. Raro se ver no cinema brasileiro histórias de amor em dois tempos como esta. Na verdade são duas tramas paralelas reforçada pelo impecável Julio Andrade e Luiza Mariani. Não percam a oportunidade!
O Festival de Gramado deste ano teve uma seleção notável este ano e grande repercussão. Mas alguns ótimos filmes não tiveram o resultado merecido como foi o caso de Ferrugem, Benzinho, 10 Segundos para Vencer (ator Osmar Prado, Ricardo Geli) e o ainda inédito Simonal. Estes dias esta estreando um outro filme premiado em Gramado, A Voz do Silencio, melhor montagem e melhor direção para André Ristum. Embora não tenha feito parte do júri, fiquei muito impressionado quando revi o filme por uma segunda vez, quando pude observar melhor a qualidade da narrativa, da história, do elenco (quase todos pouco conhecidos com a exceção da sempre excelente Marieta Severo). É uma história humana e muito bem narrada, de vidas que se cruzam na cidade de São Paulo (e a trilha musical de repente me despertou: é um filme muito paulistano!). Confesso que fiquei impressionado com a direção que supervisionou todo um elenco humano e pouco conhecido, mas talvez por isso mesmo tão verdadeiro e emocionante. Não é comédia, é um retrato da vida de nos todos. Experimente!
Sobre o Colunista:
Rubens Ewald Filho
Rubens Ewald Filho é jornalista formado pela Universidade Católica de Santos (UniSantos), além de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados críticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veículos comunicação do país, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de São Paulo, além de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a década de 1980). Seus guias impressos anuais são tidos como a melhor referência em língua portuguesa sobre a sétima arte. Rubens já assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e é sempre requisitado para falar dos indicados na época da premiação do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fãs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleção particular dos filmes em que ela participou. Fez participações em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minisséries, incluindo as duas adaptações de Éramos Seis de Maria José Dupré. Ainda criança, começou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, além do título, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informações. Rubens considera seu trabalho mais importante o Dicionário de Cineastas, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o único de seu gênero no Brasil.