RESENHA CRTICA: Drcula, a Histria Nunca Contada (Dracula, The Story Untold)

Rubens Ewald Filho: j vi piores e muitos, mais muitos melhores

22/10/2014 11:03 Por Rubens Ewald Filho
RESENHA CRÍTICA: Drácula, a História Nunca Contada (Dracula, The Story Untold)

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Drácula, a História Nunca Contada (Dracula, The Story Untold)

EUA, 14. 93 min. Direção de Gary Shore. Com Luke Evans, Dominic Cooper, Sarah Gadon, Charles Dance, Art Parkinson, Diarmaid  Murtagh, Noah Huntley.

 

Faz  parte de uma série de aventuras épicas de orçamento  médio que dão nova função aos heróis ou no caso vilão (sucedeu recentemente com o muito fraco Frankenstein: Entre Anjos e Demônios, com Aaron Eckhart/I Frankenstein). Este aqui se deu relativamente melhor ao menos nas bilheterias americanas (onde chegou aos 50 milhões de dólares para orçamento de 70) embora seja aquele pacote que virou tradicional: um filme muito escuro onde mal se consegue ver alguma coisa, complicado ainda por cima por nuvens de morcegos e uma implacável neblina de  fumaça e onde mais uma  vez o argumento nada tem a ver com a realidade. Por isso não foi contada antes, porque nunca existiu (inclusive com um adendo romântico ao final, completamente diferente do tom geral da história). Enfim, foi realizado por um diretor irlandês vindo da publicidade e estreante em longa, que demonstra maior aptidão do que a média para escolher elenco, em particular uma brilhante participação do veterano Charles Dance creditado como o Master Vampire. O herói Luke Evans de O Hobbit também não é ruim e isso ajuda a perdoar as bobagens e inverdades históricas, se é alguém liga ainda para isso.

Já se conhecia antes a historia do Vlad o Impalador que em 1442 (no filme ele teria então pouco mais que dez anos!), enfrenta o exército do império Otomano (e não Turquia que só passa existir no século 20) e não era o chefe, como diz o filme, da Transilvânia, mas de Wallachia,  que fica ao sul. Apenas foi prisioneiro por lá e conhecido como o Empalador (forma horrível de matar pessoas como uma lança trespassada). Enfim, praticamente nada que o filme mostra tem qualquer relação com fatos reais e menos ainda com literários. Também como de costume ignoraram totalmente a geografia e localização de pontos históricos. Ou de bobagens como guardar uma população inteira num único monastério, fazer um exército inteiro marchar de olhos vendados, deixar a mocinha dar um adeus apesar de ter caído de um precipício enorme.  E assim por diante.

A sucessão de besteiras tem outras coisas divertidas, por exemplo o exercito da época não usava espadas comuns como cimitarras, ou seja espadas curvas. Reparem como o filme é curto e tem pouco a contar (acaba com 85 minutos! Fora letreiros). Mesmo o resumo da história fornecido pela produção não bate direito como que se vê na tela. Segundo eles, Vlad, era famoso por sua brutalidade, no combate. É um príncipe que impala seus inimigos . Mas o sultão do Império  exige mil jovens para formar um exército novo para conquistar a Europa. Sem condições de aceitar, ele faz uma barganha com o demônio vampiro (que em alguns lugares aparece com o nome de Calígula). Enfim, se serve de consolo, já vi piores e muitos, mais muitos melhores.

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de “ramos Seis” de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionrio de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.

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