RESENHA CRTICA: Francofonia - O Louvre sob a Ocupao (Francofonia)
Pena que tenha resultado num filme to penoso, difcil de se seguir
Francofonia - O Louvre sob a Ocupação (Francofonia)
França, Rússia, 15. 88 min. Direção de Alexandr Sokurov. Com Louis -Do-De Lencquesaing, Benjamin Utzerath, Vincent Nemeth.
Este é o mais recente documentário do russo Sokurov, tão admirado pelo Leon Cakoff, e que realizou perto de 60 filmes, quase todos do gênero. Mas, no entanto só um deles inteiramente original e ousado, que conseguiu conquistar um público maior, que foi Arca Russa (02), um incrível tour de force de uma hora e 39 minutos, num único plano sequência sem cortes, ao promover uma viagem no tempo e na Historia do que foi e é o Palácio de Hermitage,em São Peterburgo, tudo conduzido por um aristocrata que vai atravessando dois séculos de História.
Depois disso, fez alguns filmes biográficos para retornar agora com esta outra história de museu que é justamente o contrário, lenta, cansativa, sem novidades, quase toda feita na proporção quase quadrada no tamanho de tela, alternando cor e preto e branco. Mas pouco traz de novo ou mais criativo, se fixando em dois personagens reais, dando uma visão pessoal misturando material de arquivo com algumas cenas representadas, sobre Jacques Jaujard e o conde Franziskus Wolff-Metternich que colaboraram com o Louvre durante a Ocupação Nazista da França, durante a Segunda Guerra Mundial. A situação seria curiosa porque essas duas figuras, que seriam mais inimigos do que colaboradores, mantém uma aliança que será a razão para preservar o museu como um exemplo de civilização. Uma ambiciosa analise de arte, cultura, historia, afirmam os realizadores.
Francofonia se refere as pessoas e países que usam a língua francesa. Pena que tenha resultado num filme tão penoso, difícil de se seguir.
Sobre o Colunista:
Rubens Ewald Filho
Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de ramos Seis de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o Dicionrio de Cineastas, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.