A Bela da Lagoa Negra: Morreu Julie Adams
Faleceu no último dia 3 de fevereiro uma diva do cinema, talvez esquecida por muitos!
Desde quando eu era criança (e foi muito cedo que puseram para nadar no Clube Saldanha da Gama de Santos!) eu cultivei um ídolo no cinema. Na verdade, uma dupla. Uma bela mulher morena chamada Julie Adams (1926-2019) que eu já considerava um ídolo e justamente o mais querido monstro de todos os tempos para mim, que foi a estreia de O Monstro da Lagoa Negra (The Creature of the Black Room) que foi não apenas o mais aquático de todos os monstros, mas para mim o mais querido (demonstrando depois que viria a ser copiado por outro cineasta do gênero, conseguindo assim o mais recente Oscar da Academia, ou seja, A Forma da Água, de Guillermo Del Toro, e quem serviu de inspiração foi justamente a Julie e o monstro (a quem todo mundo torcia que não apenas nadassem juntos, mas também vivessem um grande amor!). Julie faleceu agora dia 3 de fevereiro, aos 92 anos! Poucas atrizes (que não chegou a super estrela!) foram tão queridas quando ela que teve mais de 140 créditos no cinema e na TV, tendo trabalhado com astros como James Stewart, Rock Hudson, Glenn Ford, William Powell, tendo se casado com outro ator Ray Danton, tendo quatro filhos. Ainda acho que o banho do casal (ele debaixo dela que não percebe nada!) na lagoa (ou piscina, para ser mais lógico) é um dos mais momentos mais belos e eróticos de quem admira o gênero!
Sobre o Colunista:
Rubens Ewald Filho
Rubens Ewald Filho é jornalista formado pela Universidade Católica de Santos (UniSantos), além de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados críticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veículos comunicação do país, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de São Paulo, além de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a década de 1980). Seus guias impressos anuais são tidos como a melhor referência em língua portuguesa sobre a sétima arte. Rubens já assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e é sempre requisitado para falar dos indicados na época da premiação do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fãs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleção particular dos filmes em que ela participou. Fez participações em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minisséries, incluindo as duas adaptações de Éramos Seis de Maria José Dupré. Ainda criança, começou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, além do título, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informações. Rubens considera seu trabalho mais importante o Dicionário de Cineastas, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o único de seu gênero no Brasil.