RESENHA CRTICA: Dois Lados do Amor (The Disappearance of Eleanor Rigby: Them)

Ateno: este um filme diferente que merece sua ateno

11/03/2015 12:28 Por Rubens Ewald Filho
RESENHA CRÍTICA: Dois Lados do Amor (The Disappearance of Eleanor Rigby: Them)

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Dois Lados do Amor (The Disappearance of Eleanor Rigby: Them)

EUA, 13. 123 min. Direção e roteiro de Ned Benson. Com Jessica Chastain, James McAvoy, Viola Davis, William Hurt, Nina Arianda, Bill Hader, Ciaran Hinds, Isabelle Huppert, Jess Weixler.

Atenção: este é um filme diferente que merece sua atenção. Foi realizado por um diretor novato, que tinha feito antes apenas 4 curtas. E teve 15 produtores, inclusive Chastain. Sua intenção não é exatamente nova, existiram outros filmes europeus em geral com uma proposta semelhante, inclusive Smoking e Non Smoking, de Alain Resnais. O que consiste em contar duas versões da mesma história, a Masculina (Him), a Feminina (Her) e depois finalmente numa mista (Them). As duas primeiras passaram no festival de Toronto, onde foi bem recebido, mas foi então produzida a terceira versão que passou em Cannes. Os europeus não acharam nada especial e esta versão foi apresentada para os prêmios americanos e não deu em nada. Eu tive a sorte de assistir as três versões e acho sem dúvida mais sensato ficar com esta terceira que sumariza tudo (a segunda é praticamente um filme à parte, se fixando na figura do marido, o excelente ator James McAvoy mas mulher é sempre mais confusa e interessante e rica psicologicamente que homem. Então temos que perder muito tempo com ele no emprego no bar, conversa fiada, correndo atrás de cliente etc. E principalmente sua problemática relação com o pai que não tem tanto a ver). Além de pular informações importantes que na dela já aparece na sequência inicial...

Porque no final das contas o filme seria inspirado obviamente na famosa canção dos Beatles, Eleanor Rigby, no que seria uma complicada e confusa história de amor atual, entre uma moça frágil, fugindo do que seria seu marido e em conflito com a família (William Hurt como o pai tem a melhor frase, a tragédia é um pais estrangeiro, não sabemos como falar com os nativos). No caso, ambos são ausentes e fechados, sendo que a mãe é interpretada pela notável francesa Isabelle Huppert, que esta em todas as cenas com um copo de vinho tinto e nunca sabe direito o que dizer ou pensar...

Eleanor é a revelação dos últimos anos que estão tentando no impor de qualquer jeito, a ruiva Jessica Chastain que não é naturalmente simpática mas que vai melhorando como atriz graças a experiência fornecida por papeis tão diferentes. Quem lhe rouba naturalmente todas suas cenas é a excelente Viola Davis, que faz uma professora dela, carismática em cada olhar e cada fala. Impressionante. Se a gente não consegue entender direito a protagonista, graças ao elenco e a ousadia da proposta, o filme acaba podendo ser interessante para os que têm paciência ou curiosidade. No meu caso pelo menos me fez procurar e discutir. O que já acho muito hoje em dia.

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de “ramos Seis” de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionrio de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.

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