Navegando no Netflix: O Tigre e o Drago: A Espada do Destino
Fraca continua艫o, uma total decep艫o descartvel
O Tigre e o Dragão: A Espada do Destino (The Crouching Tiger, Hidden Dragon: The Sword of the Destiny)
China, EUA, 16. Direção de Woo Ping Yuen. Com Donnie Yen, Michelle Yeoh, Harry Shum Jr, Nataha Liu Bordizzo, Jason Scott Lee, Eugenia Yuan. Chris Pang, Juju Chan, Darryl Quon, Roger Yuan. Netflix.
Esta é não tão aguardada continuação do filme famoso e premiado com Oscars (dirigido por Ang Lee em 2000, ganhou 4 prêmios, fotografia, musica, direção de arte e filme estrangeiro e foi indicado ainda por filme, direção, roteiro, figurino, montagem, canção). Rodado na Nova Zelândia, esta sendo distribuída aqui pelo Netflix, simultâneo com o resto do mundo. Mas a verdade é que chegou tarde demais, já que o original esta bem esquecido e ultimamente não temos visto produtos do gênero. Naturalmente Ang Lee não participa e foi substituído por um famoso realizador de cenas de luta, Woo Ping Yuen, que está longe do auge de sua forma. Também do elenco original sobrou apenas a madura Michelle Yeoh (que perdeu bastante de seu carisma, parecendo por vezes apática). Conhecemos já muito tempo Jason Scott Lee que agora de cabeça raspada faz o vilão. O herói é Donnie Yen mais famoso fora daqui (ele esteve em Blade, no brilhante O Herói, e nos três filmes O Grande Mestre, que nunca tiveram grande repercussão por aqui ao interpretar o professor de artes marciais de Bruce Lee, Ip Man). Harry Shum é porto-riquenho e tem feito mais musicais como Glee, Ela Dança eu Danço 2. Como reforço tem a bela vingativa que faz Vaso de Neve, a estreante australiana Natasha Liu.
Infelizmente tudo é sem inspiração inclusive nas cenas de lutas. Repetem-se vôos e técnicas de luta mas desta vez repetitivas e sem graça. Mal se pode falar em história. Yu Shu Len (Michelle) faz a narradora da trama, saindo a procura de uma espada lendária e a oportunidade de redenção. Ajudada por vários guerreiros de nomes interessantes ela enfrenta os concorrentes. Mas tudo é contra, a fotografia escura (teve gente que disse que parece feito por Instagram), as lutas banais, personagens banais, os truques já vistos. Uma total decepção descartável.
Sobre o Colunista:
Rubens Ewald Filho
Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunica艫o do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premia艫o do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma cole艫o particular dos filmes em que ela participou. Fez participa苺es em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adapta苺es de ramos Seis de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informa苺es. Rubens considera seu trabalho mais importante o Dicionrio de Cineastas, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.