RETROSPECTIVA 2018: Melhores Filmes do Ano

São poucos os escolhidos, mas em compensação são muitos os desastres e erros de um dos piores anos que já participei. Dá para contar nos dedos das mãos, os filmes realmente interessantes deste ano

30/12/2018 22:48 Por Rubens Ewald Filho
RETROSPECTIVA 2018: Melhores Filmes do Ano

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São poucos os escolhidos, mas em compensação são muitos os desastres e erros de um dos piores anos que já participei. Dá para contar nos dedos das mãos, os filmes realmente interessantes deste ano. Fora disso, salvam-se alguns blockbusters (além de filme religiosos ou feitos apenas para adolescentes). Será que é culpa destes tempos de presidentes descontrolados? Pode ser, junto com as crises da própria Academia (comentada em outra parte) e mesmo do cinema de arte europeu e oriental, que infelizmente já não tem o brilho de antigamente. Prejudicado até mesmo pela crise dos erros dos grandes blockbusters e dos poucos filmes realmente interessantes e divertidos. E principalmente os que merecem finalmente o respeito.

1) É muito provável que o filme mais popular do ano venha a ser Pantera Negra, por sua originalidade, criatividade e principalmente finalmente o respeito a uma raça que é desprezada pelo próprio Presidente americano. Além da direção de arte criativa e ótimo elenco (não foge ao ridículo quando vejo colegas acharam que o figurino é de escola de samba!)

2) Ficou muito difícil para mim, apaixonado por música não me entusiasmar com dois filmes espetaculares, emocionantes e que consolida uma dupla notável de cantora e criadora, que restauraram e reinventaram um clássico antigo, Nasce uma Estrela, Lady Gaga, com a surpresa de ver como se tornou competente o três vezes indicado ao Oscar o inesperado Bradley Cooper.

3) O impasse fica ainda mais grave quando volto a ver o Bohemian Rhapsody e gosto mais ainda da obra de um grupo que mal conhecia (mea culpa), mas que resultou num grande sucesso aqui no Brasil, consagrando um excelente ator Rami Malek. Fiquei cada vez mais fã do brilhante Freddy Mercury

4) Ainda dentre os musicais fiquei surpreso com a qualidade e o acerto de O Retorno de Mary Poppins, o melhor trabalho do diretor Rob Marshall. A Poppins original Julie Andrews não quis fazer o papel central, mas deu chance para uma boa figura com outra inglesa, Emily Blunt. Muito fiel ao original ainda que atualizado e deliciosamente musical, traz figuras lendárias como Dick Van Dyke e Angela Lansbury. E olhe que é muito difícil acertar um filme deste gênero!

5) Talvez não seja justo colocar na lista em quinto lugar um filme que merece todos os elogios e confirma o talento e a garra do já veterano Spike Lee. Que não tem medo de ser corajoso, de não fugir da luta e conseguiu o seu melhor filme aqui com o brilhante e violento Infiltrado na Klan (BlackkKlansman), um filme poderoso, satírico, sem medo. Incrível!

6) Dos filmes de ação, fantasia e humor eu fico com Homem-Formiga e a Vespa (Ant-Man and the Wasp), uma superaventura inteligente e muito bem pesquisada, com o elenco certo que vai de Paul Rudd a Evangeline Lily e mesmo Michelle Pfeiffer e Michael Peña.

7) Alguns filmes de prestígio certo ainda não estrearam, o que impede que se possa ver melhor uma curiosidade feminina, que são dois filmes de história antiga, A Favorita (The Favourite) com Emma Stone, Rachel Weisz, mas é Olivia Colman, veterana atriz britânica que tem mais chance de roubar o parecido As Duas Rainhas (Mary Queen of Scots, diretora inglesa estreante, com duas atrizes interessantes Saoirse Ronan e Margot Robbie).

8) Quase cometia uma injustiça agora ao deixar de lado o melhor filme recente de Steven Spielberg que foi O Jogador Número 1 (Ready Player One), como dizia um filme de Sci-Fi, ação e aventura como há muito tempo ele sonhava e acabava por não fazer.

9) Curioso como os filmes de terror são os que tem melhor performance em média, ou seja, sempre um público fiel disposto a se assustar. É um esforço para se ver todos eles, mas os meus dois favoritos este ano são Um Lugar Silencioso (A Quiet Place), dirigido por John Krasinski com sua mulher Emily Blunt, e Hereditário (de Ari Aster, com uma de minhas favoritas, Tony Colette).

10) Há outros filmes que não consegui ainda assistir como a comédia política Vice (que os norte-americanos têm achado brilhante), ou então vários filmes de ação muito mal recebidos por lá (Venom, Gotti, muitos mais). Minha musa Rosamund Pike tem um filme novo A Private War. Isso demonstra que teremos ainda muito por ver e polemizar.

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho é jornalista formado pela Universidade Católica de Santos (UniSantos), além de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados críticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veículos comunicação do país, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de São Paulo, além de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a década de 1980). Seus guias impressos anuais são tidos como a melhor referência em língua portuguesa sobre a sétima arte. Rubens já assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e é sempre requisitado para falar dos indicados na época da premiação do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fãs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleção particular dos filmes em que ela participou. Fez participações em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minisséries, incluindo as duas adaptações de “Éramos Seis” de Maria José Dupré. Ainda criança, começou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, além do título, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informações. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionário de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o único de seu gênero no Brasil.

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