Nova Coluna Especial: Coadjuvando
Grandes Coadjuvantes do Cinema: Você conhece o rosto, mas esquece o nome. Na estreia da nova coluna do DVD Magazine, a atriz Janet McTeer
Janet McTeer (1961-)
São 54 créditos até agora, duas indicações ao Oscar® (coadjuvante por Albert Nobbs, 2011 e protagonista em Livre para Amar (Tumbleweeds, 99). Nem por isso, Janet McTeer ficou famosa. E não adiantaram muito os 4 Globos de Ouro (indicações por The White Queen, 14, Albert Nobbs, 12, Into the Storm, 10 e ganhando por Tumbleweeds). Ou Sundance (prêmio em conjunto de interpretação para o elenco central de Songcather,2000). Isso para não se entrar mais em detalhes. Ganhou o Tony da Broadway como melhor atriz por Casa de Bonecas de Ibsen, 97 (e também em Londres, o importante Olivier Award). E depois foi indicada novamente ao Tony em 2009 por Mary Stuart.
Mas sem dúvida pode-se dizer que é a maior atriz do momento, já que tem um metro e oitenta e quatro de altura!
Não se pode dizer mais que Janet é um acidente e a chance veio num ano fraco de papéis femininos, ela ocupou o tradicional lugar oferecido sempre aos novos talentos britânicos. Ainda que merecido. Janet teve seu primeiro sabor de sucesso quando seu filme Tumbleweeds (que se refere aqueles arbustos que rolam pelo deserto árido soprados pelo vento) foi apresentado no Festival de Sundance de 1999 e teve reação entusiástica. Ela subiu ao palco e o público levou um susto quando ouviu seu sotaque britânico (na fita ela é da Carolina da Norte). Janet os tinha enganado completamente. O diretor Gavin O´Connor, que havia escrito o roteiro em parceria com sua então mulher Angela Shelton, tinha visto Janet sendo entrevistada num programa da TV Cultura deles, a PBS, The Charlie Rose Show, na época em que estava em cartaz na Broadway com a montagem de A Casa das Bonecas, de Ibsen. Foi o desafio do personagem que impressionou Janet quando ela recebeu o script. Como aquela atriz inglesa treinado nos clássicos seria capaz de interpretar Mary Jo Walker, que perambula por vários Estados americanos com a filha adolescente (Kimberly Brown), entrando e saindo de relacionamentos, cada um pior que o outro. Quase à beira da pobreza.
Foi a energia de Janet que impressionou o diretor e sua dedicação a aprender um sotaque sulistas, como se um lição de piano, detalhe a detalhe. Mas sua chegada ao cinema americano veio precedida de uma longa carreira no palco, do Royal Academy of Dramatic Art para a Royal Shakespeare Company. Também fazendo papéis pequenos no cinema e maiores na televisão. Poucos foram vistos no Brasil, foi uma secretária na fita de Sigourney Weaver e Michael Caine, Intriga Internacional, depois esteve com Ralph Fiennes e Juliette Binoche, no fraco O Morro dos Ventos Uivantes, mais recente adaptação do romance de Emile Bronté e na fita Carrington, de Christopher Hampton, com Emma Thompson. Nascida em 1961, em New Castle, Inglaterra, mas foi criada desde os 6 anos em Nova York. Estava trabalhando como garçonete quando Gary Oldman a aconselhou a ir estudar no Reino Unido na famosa RADA, Royal Academy of Dramatic Art, Depois no Royal Exchange Teatre. Poucos galãs estarão a sua altura. Apesar de suas suspeitas de ser homosexual, Janet é casada com Joe Coleman. Participou também de séries de TV como The Honourable Woman, The White Queen, Parade´s End, Damages, Psychoville, Hunter etc.
FILMOGRAFIA (CINEMA E TELEFILMES)
1986- Intriga Internacional (Half Moon Street) 1989- Precious Bane (TV), Falcões (Hawks) 1990- Sweet Nothing, Portrait of a Marriage (mini-série), Yellowbacks (TV) 1991- I Dreamt I Woke Up Romantic (TV), O Morro dos Ventos Uivantes (Wuthering Heights) 1993- The Black Velvet Gown (TV), Don´t Leave Me This Way (TV) 1995- Carrington, Dias de Paixão (Carrington) 1996- Saint-Ex 1998- Velvet Goldmine (Idem, narradora) 1999- Songcatcher, Livre para Amar (Tumbleweeds), Amor Maior que a Vida (Walking the Dead) 2000- O Rei Está Vivo (The King is Alive) 2002 - The Intended 2005- Contraponto (Tideland de Terry Gilliam) 2006- As You Like It de Kenneth Branagh 2007- Daphne (TV) 2009- Into the Storm (TV) 2011- Weekends at Bellevue (TV), Gata em Fuga (Cat Run), Island, Albert Nobbs (Idem de Rodrigo Garcia) 2012- A Mulher de Preto (The Woman in Black de James Watkins) Hannah Arendt Idéias que Chocaram o Mundo (Hannah Arendt de Margaret von Trotta) 2014- Malévola (Maleficent, Narradora), Angelica de Mitchell Lichenstein 2015- Fathers and Daughters de Gabriele Muccino.
Sobre o Colunista:
Rubens Ewald Filho
Rubens Ewald Filho é jornalista formado pela Universidade Católica de Santos (UniSantos), além de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados críticos de cinema brasileiro, é também o crítico de cinema do portal R7. Trabalhou nos maiores veículos comunicação do país, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de São Paulo, além de HBO, Telecine e TNT, onde está atualmente com o programa TNT+Filme e onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a década de 1980). Seus guias impressos anuais são tidos como a melhor referência em língua portuguesa sobre a sétima arte. Rubens já assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e é sempre requisitado para falar dos indicados na época da premiação do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fãs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleção particular dos filmes em que ela participou. Fez participações em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minisséries, incluindo as duas adaptações de ?Éramos Seis? de Maria José Dupré. Ainda criança, começou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, além do título, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informações. Rubens considera seu trabalho mais importante o ?Dicionário de Cineastas?, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o único de seu gênero no Brasil.