Halloween em 2021 nas Telas

Um cardapio diversificado e seja nas salas de exibicao ou na sala de casa com um balde pipoca

30/10/2021 02:45 Por Adilson de Carvalho Santos
Halloween em 2021 nas Telas

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Era 31 de outubro de 1963, na cidade fictícia de Haddonfield, quando um menino de 6 anos matou sua irmã mais velha. Encarcerado em um sanatório por 15 anos, ele permaneceu calado, catatônico, sob os cuidados do Dr. Sam Loomis, que nada conseguiu além de vislumbrar nos olhos de seu paciente pura maldade. Livre novamente, ele volta para o subúrbio onde nasceu e que Deus ajude aquele que cruzar seu caminho de sangue e morte, pois esta noite de máscaras e superstições, de espíritos e espectros é a noite em que Michael Myers voltou para casa. Após ler essa introdução já somos assombrados pelo tema em 5/4 composto pelo próprio diretor, e que criou uma das mais bem sucedidas franquias do gênero.

John Carpenter tinha 30 anos quando co-escreveu “Halloween – A Noite do Terror” com Debra Hill a história, a princípio, intitulada “The Babysitter Murders”. Michael Myers herdou a sede assassina e a mente perturbada de Norman Bates de “Psicose” e fez do gênero, chamado “slasher movies”, um dos mais prolíficos e recorrentes desde então. Que assim digam Jason, Ghostface, Jigsaw e outros que beberam da fonte, mas não conseguiram replicar o charme do filme de 1978. A ideia inicial dos roteiristas era que Myers funcionasse como uma figura sobrenatural, descrito no roteiro como “The Shape” (A Forma). Com orçamento restrito de 300,000 dólares, seu visual levou uma máscara branca comprada por 4 dólares com as feições do ator William Shatner (o Capitão Kirk de Star Trek). O papel da heroína virginal e alvo da obsessão de Michael ficou com Jamie Lee Curtis, filha da Janet Leigh (do clássico “Psicose”), em seu primeiro papel no cinema aos 17 anos. O papel de Sam Loomis (Nome também retirado do clássico de Hithcock) foi escrito tendo em mente os veteranos Christopher Lee e Peter Cushing, mas ambos recusaram o papel que foi para o ator Donald Pleasance. A bilheteria de mais de 40 milhões só nos Estados Unidos recompensou o trabalho de Carpenter que se esmerou na atmosfera de tensão e no terror psicológico em torno da figura de Michael Myers, um assassino com irrefreável sede de sangue tal qual o robô assassino interpretado por Yul Brinner em “Westworld” (o filme de 1973, não a série da HBO) nas palavras do próprio John Carpenter. O criativo diretor e roteirista não tinha interesse em sequências, mas o sucesso de bilheteria convenceu os produtores Irwin Yablais e Moustapha Akaad a continuar a história de Michael Myers. Debra Hill e John Carpenter aceitaram retornar como produtores e roteiristas, mas a direção ficou com Rick Rosenthal, que segue imediatamente os eventos após o desfecho do filme original, ou seja, na mesma noite do dia das bruxas. Depois do filme original foram 5 sequências realizadas entre 1981 e 2002, dois remakes realizados por Rob Zombie em 2007 e uma nova trilogia a cargo de David Gordon Green cujo segundo episódio intitulado “Halloween Kills” foi um sucesso de público ainda que durante a pandemia, e já prepara o encerramento em “Halloween Ends” para 2022.

No streaming temos um festival de sustos movido a travessuras mais do que gostosuras com a trilogia “Rua do Medo” (Street Fear), sucesso na Netflix e adaptado dos livros de R.L.Stine, o Stephen King teen que criou a conhecida série “Goosebumps”. Mas não se engane com “Rua do Medo” pois o clima é bem ao sabor de franquias como “Pânico”, “Sexta Feira 13” e “Halloween”, que são homenageadas em “Rua do Medo” com várias referências em cada um dos 3 filmes, cada qual desenrolando a história a partir dos anos 1994, 1978 e 1966. A Amazon Prime, através de acordo com a Blumhouse trouxe em outubro 4 filmes para quem tem estômago forte. “Bingo Hell” sobre uma ativista idosa que descobre que sua amada sala de bingo local passou a ser ocupada por um misterioso empresário e que vários de seus vizinhos começam a aparecer mortos. Já “Black As Night” mostra uma jovem e um grupo de amigos se envolvendo em uma guerra milenar entre duas facções de vampiros. Previsível, mas curioso em seu terço inicial, lembra um pouco o clássico “Os Garotos Perdidos”. “Madres” traz um casal isolado em uma fazenda cheia de mistérios. Mas o melhor do pacote é “Manor”, estrelado pela excelente Barbara Hershey no papel de uma idosa que se muda para uma casa de repouso onde os residentes do local começam a morrer misteriosamente. O ritmo envolvente e o clima soturno conduzem a um final diferente da expectativa geral em torno das narrativas do gênero.

O cardápio é diversificado e seja nas salas de exibição ou na sala de casa com um balde pipoca, o dia das bruxas não pode passar em branco. E não se esqueça dos litros de sangue.

 

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Sobre o Colunista:

Adilson de Carvalho Santos

Adilson de Carvalho Santos

Adilson de Carvalho Santos e' professor de Portugues, Literatura e Ingles formado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e pela UNIGRANRIO. Foi assistente e colaborador do maravilhoso critico Rubens Ewald Filho durante 8 anos. Tambem foi um dos autores da revista "Conhecimento Pratico Literatura" da Editora Escala de 2013 a 2017 assinando materias sobre adaptacoes de livros para o cinema e biografias de autores. Colaborou com o jornal "A Tribuna ES". E mail de contato: adilsoncinema@hotmail.com

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