RESENHA CRTICA: Warcraft ? O Primeiro Encontro Entre Dois Mundos (Warcraft)

Um filme muito feio, no indicado para crianas (que tero pesadelos) ou pessoas de gosto delicado

03/06/2016 23:20 Por Rubens Ewald Filho
RESENHA CRÍTICA: Warcraft – O Primeiro Encontro Entre Dois Mundos (Warcraft)

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Warcraft – O Primeiro Encontro Entre Dois Mundos (Warcraft)

EUA, 16. 123 min. Direção e co-roteiro de Duncan Jones. Com Travis Fimmel, Paula Patton, Ben Foster, Dominic Cooper, Toby Kebell, Clancy Brown, Ben Schnetzer, Daniel Fu, Ruth Negga, Burkely Duffield.

Não é fácil se encontrar boas adaptações de Videogames para o cinema, nem mesmo o recente Angry Birds foi algo especial, e o único que me lembro que ao menos foi divertido de assistir em parte por causa da estrela, Mila Jojovich, era a série Resident Evil (que tem agora o chamado The Final Chapter). Este filme rodado no Canadá (sua coprodutora Legendary aparentemente em crise fechou parceria com o Wanda Group da China) tem como crédito a presença do diretor Duncan Jones (nascido em 1971) que ficou famoso por ser filho do roqueiro e excelente ator David Bowie, recém falecido, que se revelou com um trabalho interessante que foi Lunar (09), seguido pelo confuso e inferior Contra o Tempo (11) com Jake Gyllenhaal e agora esta super produção (não consegui saber seu orçamento mas certamente foi mais de 100 milhões até porque o diretor ficou um ano lapidando a edição o que explica porque todo o filme tem um ritmo acelerado. Tem gente que gosta, tem gente que rejeita isso, eu achei que ao menos fica mais curto).

Confesso que a minha primeira impressão ao sair do cinema é que tinha participado de uma aventura fantasiosa extremamente feia cheia de idas e vindas, com uma narrativa confusa e algumas das figuras mais repugnantes que o cinema já inventou, que são os Orcs, um povo de gigantes que tem cara de javali (com os dentes expostos) e que são os primeiros a abrir a história quando o herói deles (difícil de identificar porque todos tem a mesma aparência!) tem a mulher grávida que irá dar a luz a um garotinho de orelhas diabólicas e que terá uma participação na possível continuação, já que dá uma de jovem Moisés lançado ao rio !!

Enfim, toda a história é assim, com idas e vindas, um festival de lutas, castelos, efeitos em profusão e romances muito mal desenvolvidos. O protagonista seria pela lógica um guerreiro chamado Anduin Lothar que ao menos tem a sorte de ser representado por um louro australiano Travis Fimmel (não são todos?), ex-modelo e bem sucedido astro da série de TV Os Vikings. Ele ao menos esta coberto de cicatrizes no rosto (para ficar mais macho) e já tem certa experiência em fazer caras de sofrimento e dúvida (tem um filho jovem guerreiro, adivinhem o que vai suceder com ele?). Anduin também é muito amigo do Rei Liane Wryn, feito pelo conhecido Dominic Cooper (que estreia neste momento a série de TV Preacher), que literalmente interpreta pelo telefone (essa era expressão antiga que se usava para dizer que o ator nem se deu ao trabalho de estar cena, fala tudo frio e impessoal sem maior emoção). Sem dúvida o pior ator do filme. E olha que tem vários candidatos, incluindo a mulata Paula Patton (que tem cara brasileira de Florinda Bolkan - aqueles dentinhos de Drácula invertidos são imperdoáveis!). E como a rainha, favor prestar atenção na nova atriz da Etiópia chamada Ruth Negga (que ficou famosa agora no recente Cannes com o promissor Loving, de Jeff Nichols e que também está em Preacher). Aqui tem um tipo exótico mas pouco o que fazer.

Na verdade, a interpretação mais intensa do filme e também por isso mais discutível é do Ben Foster, que ficou com cara de Jesus Cristo como o feiticeiro que acaba sendo possuído pelas forças do mal (o rapaz que faz seu substituto/discípulo é igualmente canastrão, mas Ben ao menos tem intensidade de ator pretensioso que ainda não conseguiu acertar!). O fato é que praticamente nada dá certo. A trilha musical de um indiano parece não ter melodias, mas uma mesma intensidade que ao menos sustenta as imagens. No começo há um erro de montagem raríssimo hoje em dia quando mostram um cavalo correndo primeiro para um lado e depois para outro (no cinema, é preciso correr sempre na mesma direção para se ter a ideia de que isto para determinado lado, e não indo e vindo!).

  Mas o que realmente o torna memorável é que valha-nos Deus é um filme muito feio, não indicado para crianças (que terão pesadelos) ou pessoas de gosto delicado. Por vezes me lembrou o esquecido filme de Jim Henson O Cristal Encantado que ao menos era original. Mas não deu vontade de ir embora, porque não podia acreditar que tivessem feito tal pesadelo!

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de “ramos Seis” de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionrio de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.

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