OSCAR 2014: Philomena

Uma das melhores surpresas da temporada, é um dos filmes indicados ao Oscar.

08/02/2014 14:18 Por Rubens Ewald Filho
OSCAR 2014: Philomena

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Philomena (Philomena) Inglaterra, 13.

Direção de Stephen Frears. Roteiro de Steve Coogan e Jeff Pope. Baseado em livro de Martin Sixsmith, The Lost Child of Philomena Lee. Com Judi Dench, Steve Coogan, Mare Winningham, Sophie Kennedy Clark, Barbara Jefford, Ruth McCabe, Peter Hermann.

 

 

Este é o filme da Weinstein deste ano no Oscar® e para mim uma das melhores surpresas da temporada. Embora já credenciado pela presença do excelente diretor Stephen Frears (Ligações Perigosas. Aliás, quando vão finalmente lhe dar um Oscar® e reconhecer seu talento?) , o filme dava uma impressão enganosa de ser uma historia romântica, sentimental e piegas. Nada mais longe disso (embora nem por isso deixe de ser comovente). E por incrível que pareça é mais um dos indicados deste ano que também é inspirado num fato real. (dos 9 finalistas a melhor filme apenas 3 são fictícios, Gravidade, que provavelmente deve ganhar como diretor e efeitos especiais, Ela meu favorito para melhor roteiro original e ainda Nebraska, que é um roteiro original portanto deve ter sido influenciado pelos fatos reais que mostra).

Também é uma pena (relativa, claro) que Cate Blanchett esteja tão magnífica em Blue Jasmine porque Judi Dench, aos quase 79 anos, está num de seus melhores momentos e papeis. Difícil porque ela interpreta uma pessoa doce e não vingativa por natureza, que não duvida de suas convicções religiosas embora tudo pareça levá-la a isso. Ou seja, e uma figura muito complexa na sua simplicidade e grandeza de alma. Não sei quem foi o responsável pela ideia de chamar o humorista Steve Coogan para co-escrever o roteiro e ser co-produtor, mas o fato é que seu humor sarcástico quebra tudo que o filme poderia ter lacrimoso ou novelesco. Lhe dá um necessário humor e distanciamento.

Steve faz um apresentador da televisão britânica bastante famoso, mas que está enfrentando uma fase difícil na profissão porque perdeu seu programa na TV e esta fora do ar, desacreditado. Com muita relutância, aceita a missão de acompanhar uma modesta senhora da classe trabalhadora  que tem um sonho de reencontrar o filho que foi lhe tirado das mãos por freiras. Naquela época as meninas que não tinham família e por acaso engravidavam tinham que se tornarem virtuais prisioneiras, trabalhando para o convento enquanto as crianças eram negociadas para adoção, em geral por gente que veio da America (a atriz Jane Russell foi uma dessas clientes).  Foi o caso do menino dela que foi levado embora e desde então, embora tivesse se casado e tido uma filha, nunca conseguiu esquecê-lo e seu sonho é um dia ao menos encontrá-lo.

O repórter e a mãe começam então uma peregrinação (ele tem o direito de publicar o resultado e conseguiu o apoio de um jornal) que os irá levar ate os Estados Unidos, mais precisamente Washington onde lhes aguardam varias surpresas. Não posso revelar qual e peça às pessoas que façam o mesmo, porque tudo isso na conclusão é que torna o filme uma forte e dura denuncia contra fatos que raramente o cinema tem coragem de abordar. Com medo de ofender e ser censurado.  Mas é justamente o que diferencia o filme, dando-lhe um impacto fora do comum. Alguns flash-backs foram criados para o filme, mas outros são verdadeiros, do próprio filho. Indicado para 4 Oscars® (Judi, filme, roteiro e trilha musical), também levou em Veneza o prêmio de roteiro, e mais 8 prêmios paralelos para Frears!), indicado para 3 Globos de Ouro, 4 Baftas (ainda não entregues) e vários outros.

Não deixe de ver.

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho é jornalista formado pela Universidade Católica de Santos (UniSantos), além de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados críticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veículos comunicação do país, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de São Paulo, além de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a década de 1980). Seus guias impressos anuais são tidos como a melhor referência em língua portuguesa sobre a sétima arte. Rubens já assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e é sempre requisitado para falar dos indicados na época da premiação do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fãs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleção particular dos filmes em que ela participou. Fez participações em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minisséries, incluindo as duas adaptações de “Éramos Seis” de Maria José Dupré. Ainda criança, começou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, além do título, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informações. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionário de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o único de seu gênero no Brasil.

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