OSCAR 2014: Alabama Monroe (The Broken Circle Breakdown)

Indicado como Filme Estrangeiro no Oscar®, não seria uma má alternativa.

08/02/2014 22:55 Por Rubens Ewald Filho
OSCAR 2014: Alabama Monroe (The Broken Circle Breakdown)

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Alabama Monroe (The Broken Circle Breakdown)

Bélgica/Holanda, 13. 112 min. Direção de Felix van Groeningen. Roteiro de Carl Joos, van Groeningen, basedo na peça "The Broken Circle Breakdown Featuring the Cover-Ups of Alabama", por  Johan Heldenbergh, Mieke Dobbels. Com Veerle Baetens, Johan Heldenbergh, Nell Cattrysse, Geert Van Rampelberg, Nils De Caster, Robby Cleiren, Bert Huysentruyt, Jan Bijvoet.

 

Este filme é a indicação oficial da  Bélgica para o Oscar® de produção estrangeira deste ano, foi bem recebida em Berlim (ganhou o prêmio do publico do Panorama) e ganhou os prêmios da Competição Oficial e do Público no Festival de Quebec.  Não é exatamente uma história nova, já houve vários outros filmes semelhantes até com a mesma situação: um casal que enfrenta a situação trágica de verem sua filha pequena (e adorável) sofrer a lenta agonia da morte pela leucemia. A diferença é que o diretor Felix van Groeningen (em seu quinto longa, mas o primeiro que vemos comercialmente aqui) com a ajuda do roteirista Carl Joos dissolveu o melodrama numa sucessão de números musicais (o casal começa se apaixonando, ela com o corpo todo coberto de tatuagens e depois de juntos, passam a cantar num conjunto de música Blue Grass, o caipira norte-americano) e numa narrativa um pouco caótica, sucedendo presente e passado de forma por vezes surpreendente. Ajudado por uma bela fotografia e dois excelentes atores, em particular Veerle Baetens (por este filme foi a melhor atriz no Festival de Tribbeca), supera os clichês e emociona. O que explica o fato de ter sido um grande sucesso em sua terra natal.   E ao contrário das produções americanas não tem problemas com nudez. Ou cenas de sexo. Parece que o roteiro foi inspirado numa peça teatral concebida pelo ator Johan Heldenbergh (que foi um dos astros de The Misfortunates no filme anterior desse mesmo diretor) e  Mieke Dobbels que consistia em performances de canções bluegrass com uma triste história de amor.  Mas foi totalmente reinventado para a tela.

Um crítico chegou a dizer que o filme parece ter sido feito de fotografias do passado jogadas a esmo, sem um rígido fio condutor (ate porque a menina já morre na metade do filme, o que não impede outras sucessões dramáticas). O curioso é que isso não o deixa  tele novelesco (mas recorda um pouco Namorados para Sempre/ Blue Valentine, 10).  A história se desenrola na cidade belga de Ghent  entre 1999 e  2006,  mas resulta atemporal. O universo deles não é digital e se resume a presença de 11 de setembro e a figura do presidente Bush (outra curiosidade, não se fala em dinheiro).

O filme poderia comportar outros comentários, mas o importante é embarcar nele, se deixar levar pela direção envolvente e criativa e principalmente pelo casal central.

Ficou entre os 5 finalistas do Filme estrangeiro no Oscar®. Não seria uma má alternativa.

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho é jornalista formado pela Universidade Católica de Santos (UniSantos), além de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados críticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veículos comunicação do país, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de São Paulo, além de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a década de 1980). Seus guias impressos anuais são tidos como a melhor referência em língua portuguesa sobre a sétima arte. Rubens já assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e é sempre requisitado para falar dos indicados na época da premiação do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fãs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleção particular dos filmes em que ela participou. Fez participações em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minisséries, incluindo as duas adaptações de “Éramos Seis” de Maria José Dupré. Ainda criança, começou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, além do título, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informações. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionário de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o único de seu gênero no Brasil.

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