Sexo, Drogas e Nova York (Heaven Know What)

EUA, 14. 94 min. Direção de Ben e John Safdie. Com Arielle Holmes, Caled Landry Jones, Buddy Duress, Eleonore Hendricks, Ron Braunstein.

Não escondo o preconceito com filmes sobre drogas, que sempre dão uma visão ou simplificadamente moralista ou complacente. Mas não atingem o que pretendem. O drogado não vai se modificar por causa dele e aquele que se sente atraído pela droga não vai perder tempo com este tipo de filme. Que na verdade é igual a todos do gênero, com um bando de atores desconhecidos tão convincentes que fica mesmo difícil acreditar que não são junkies de verdade. Em particular a protagonista chamada Arielle Holmes, que na verdade tem os cabelos escuros e já fez mais dois filmes em 2015 (Winter´s Dream e American Honey). O que mais me espanta é a dupla de irmãos que desde criança faziam filmes, foram descobertos pela Quinzena de Realizadores em Cannes, que mostrou seus dois primeiros trabalhos (por sinal, agora eles começaram a trabalhar sozinhos). De qualquer forma, este filme ganhou prêmio de revelação no Festival do Estoril, Portugal, melhor atriz em Sevilha, Grande Prêmio e melhor filme em Tóquio, o prêmio CICAE de Veneza.

Filmado no que parece ter sido 16 milímetros, num estilo improvisado e difícil de ouvir, fala de uma jovem viciada em heroína chamada Harley que vive apaixonada por outro junkie chamado Ilya. A tal ponto que ela atende o pedido dele de cortar os pulsos, com o mínimo de hesitação. Mas é salva. Mal se vê Nova York e as partes que aparecem você vai preferir fugir delas. Mas as drogas são usadas em profusão, numa sucessão de gente infeliz e loquaz, que era novidade em Os Viciados (The Panic in Needle Park, 71), com Al Pacino, por sinal proibido por aqui. Ao sair do hospital ela arranja outra figura, precisando de 20 dólares por dia para sustentar a droga e mais um lugar para dormir. E tudo continua na mesma rotina sem fim...

Ao ler criticas americanas, que chamam os irmãos de gênios, prefiro me abster e apenas não recomendar.