RESENHA CRTICA: Mamma Mia! L Vamos Ns de Novo (Mamma Mia!Here we Go Again)

O problema do filme que a historia confusa cheia de altos e baixos, que no so descritos ou explicados com maior clareza.

02/08/2018 00:43 Por Rubens Ewald Filho
RESENHA CRÍTICA: Mamma Mia! Lá Vamos Nós de Novo (Mamma Mia!Here we Go Again)

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Mamma Mia! Lá Vamos Nós de Novo (Mamma Mia!Here we Go Again)

EUA, 18. 1h54 min. Direção de Ol Parker. Roteiro de Ol e mais Richard Curtis, Catherine Johnson, Judy Craymer. Com Meryl Streep, Lily James, Amanda Seyfried, Andy Garcia, Celia Imrie, Dominic Copper, Julie Walter, Christine Baranski, Hugh Skinner, Pierce Brosnan, Josh Dylan, Jeremy Irvine, Colin Firth, Stellan Skasgaard e Cher.

Foi Tom Hanks e sua mulher quem produziram esta decepcionante continuação do delicioso filme musical anterior (dirigido antes por uma mulher, Phyllida Lloyd em 2008, no que era basicamente uma adaptação quase literal da peça musical que saudava a trilha musical do famoso grupo ABBA). Isso parece agora muito prejudicado pela direção banal de um tal de Ol Parker, que escreveu antes O Exótico Hotel Marigold (11) e dirigiu Imagine Eu e Você (05) e Agora é Para Sempre (12). Não foi muito bem de bilheteria em sua estreia americana (65 milhões nos primeiros dias da estréia pouco para um orçamento de 75 milhões. Mas somando ao mercado internacional chegarão a cobrir esse numero - e ainda tem o resto do verão inteiro para deixá-lo em cartaz).

Aparentemente o problema é porque a historia é confusa cheia de altos e baixos, que não são descritos ou explicados com maior clareza. Fica mesmo difícil entender e chega a ser frustrante ver o que aconteceu com Meryl Streep, que custa demais a aparecer porque a narrativa está em cima da sua filha do filme anterior, a ainda interessante Amanda Seyfried como Sophie (meio afastada do cinema porque casou e teve filho). O espectador fica meio perdido nas tramas paralelas de Amanda quando aparecem personagens antes e depois feitos por atores diferentes (um exemplo, o três namorados da mãe, ou seja Meryl , são vividos pelos mesmos que foram Colin Firth, Pierce Brosnan e Stella Skasgaard, só que por três rapazes jovens o que viria então a explicar que a heroína, ou seja, a Meryl ) é vivida por uma outra mocinha muito jovem que irá transar com os três jovens e ficará grávida de um deles! O que poderia ser divertido noutro filme aqui fica meio esquisito, apesar do grande esforço e graça da charmosa Lily James (que faz a Donna ou seja Meryl! - jovem). E na verdade a grande figura feminina do filme vem a ser Lily que é atualmente a mais encantadora garota de sua geração conforme foi demonstrado em filmes como Cinderella (15), Em Ritmo de Fuga (17), e ainda o drama histórico sobre Winston Churchill chamado O Destino de uma Nação (18).

Para ajustar o quebra-cabeça vai ficando cada vez pior até porque a maior parte das canções são muitas e dispensáveis, apresentando o que havia de mais fraco na discografia dos autores ABBA. Miraculosamente no terço final, o filme se torna mais leve e volta a apresentar as canções realmente famosas e queridas do filme anterior (e também show) com o devido reforço dos ausentes até então do filme, mais em particular a bem vinda entrada de Cher, 72 anos, que ainda tem boa voz e carisma único (é o grande achado do filme e a razão de assisti-lo!). Uma pena que os coadjuvantes sejam desperdiçados e Meryl surja ao final com duas canções, mas sem o brilho do filme anterior (espera-se ao menos que tenha sido recompensada com um bom salário!).

Eu recordo que junto com o meu amigo Claudio Ehrlichman, algum tempo atrás, até anos, nós produzimos um show no Teatro Folha, onde convidamos fãs do gênero musical a cantar juntos, sing-a-long com a A Noviça Rebelde e também principalmente os clipes do ABBA. Não foi grande sucesso, mas tentamos com um tipo de programa inédito na época. O que ao menos demonstra o poder da música do ABBA como neste novo filme.

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de “ramos Seis” de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionrio de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.

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