FILMES CLSSICOS NAS TELONAS: 3 FILME

O Cinemark exibir mais filmes clssicos a opinio de Rubens Ewald Filho sobre eles. Em Cartaz: O Imprio do Sol

02/08/2014 23:32 Por Rubens Ewald Filho
FILMES CLÁSSICOS NAS TELONAS: 3º FILME

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O Cinemark trará uma segunda temporada de filmes clássicos nas telonas dos cinemas. Depois do sucesso da temporada anterior, os filmes escolhidos foram:

O PODEROSO CHEFÃO - Exibição dias 19, 20 e 23 de julho

FORREST GUMP – O CONTADOR DE HISTÓRIAS – Dias 26,27 e 30 de julho

IMPÉRIO DO SOL – Dias 2, 3 e 6 de agosto

A HISTÓRIA SEM FIM – Dias 9, 10 e 13 de agosto

QUANTO MAIS QUENTE MELHOR – Dias 16, 17 e 20 de agosto

LAWRENCE DA ÁRÁBIA – Dias 23, 24 e 27 de agosto

 

Para ver quais as salas e horários, visite o site do CINEMARK.

 

 

A cada semana traremos a resenha crítica completa de cada filme a ser exibido. No treceiro filme temos:

 

 

O Império do Sol (Empire of the Sun)

EUA, 1987. 153 min. Direção: Steven Spielberg. Roteiro: Tom Stoppard e Meno Meyjes,baseado em livro de J. G. Ballard. Elenco: Christian Bale, John Malkovich, Nigel Havers, Miranda Richardson, Joe Pantoliano, Leslie Phillips, Masato Ibu, Ben Stiller, Robert Stephens. Música: John Williams. Fotografia: Allen Daviau.   

Há filmes que crescem com a passagem do tempo, que não fizeram muito sucesso em sua estreia mas hoje são considerados obras-primas. É o caso deste Império do Sol, uma superprodução de 1987, que Steven Spielberg realizou para a Warner, demonstrando pela primeira vez a paixão que tinha pelas histórias da Segunda Guerra Mundial. Não chegou a ser um grande sucesso (custou 38 milhões de dólares e nos EUA não teve renda maior do que 22! Não fornecem a renda do exterior!). Foi indicado para seis Oscars: fotografia, direção de arte, figurinos, montagem , som e a trilha musical de John Williams. Não levou nenhum. Nem Globo de Ouro (trilha musical, e filme).Teve 3 Baftas (fotografia, trilha e som). Fotografia premiada pelo Sindicato da categoria.

Atualmente é possível se observar melhor suas qualidades, inclusive numa decisão chave: a escolha do garoto que faz o papel principal, para o qual foi escolhido um rapazinho inglês que era meio antipático mas acabou crescendo e se tornando um dos nossos melhores atores protagonistas, Christian Bale,que alem de ter sido o Batman O Cavaleiro das Trevas,  também tem estrelado sucessos como O Exterminador do Futuro a Salvação, Psicopata Americano, O Grande Truque, Trapaça e O Vencedor, pelo qual ganhou um Oscar® de coadjuvante. Christian faz Jim Graham, um garoto inglês mimado de 11 anos, de família rica, que vive em Xangai em 1941 quando acontece a guerra com o Japão. O inimigo invade o país e ele é separado dos pais durante a evacuação da cidade e forçado a sobreviver sozinho.

Acostumado a fazer grandes aventuras, este foi um dos primeiros filmes em que Spielberg tentou contar uma história mais séria, ainda que pela perspectiva de uma criança. A história é inspirada na autobiografia de J.G. Ballard (1930-2009), que faz uma ponta na cena da festa, e o roteiro foi escrito pelo famoso dramaturgo Tom Stoppard, de Shakespeare Apaixonado. Um ponto importante é que  descreve a paixão que o menino tem por aviões. Há vários temas favoritos de Spielberg: a nostalgia pelos anos 40, pelos aviões antigos, passeios de bicicleta, tentativa de reavivar os mortos e algumas cenas fortes como a separação dos pais, o encontro com soldados, a amizade com um jovem piloto japonês, o ataque aliado à base vizinha. Foi rodado em locações autênticas na China, o que sucedeu pela primeira vez com uma produção americana. E sem duvida, a parte técnica é impecável assim como o elenco que traz a excelente atriz inglesa Miranda Richardson, John Malkovich, Joe Pantoliano e ainda o jovem Ben Stiller.

Curiosidades: Ben Stiller conta que teve a ideia de Trovão Tropical (08) durante este filme, de tanto que ouviu falar em atores fazendo treinamento militar para filmes como Platoon e Hamburger Hill. A sequência da chega dos aviões americanos que atacam o campo de prisioneiros foi planejada para ser uma única tomada de cena e Bale deveria ter ficado todo excitado, pulando pra cima e para baixo. Só que na cena ele ficou com medo e nervoso e pouco reagiu. Spielberg teve uma conversa com ele, improvisando depois varias tomadas do garoto, reagindo em close. A música tema do filme Suo Gan, é uma canção de ninar galesa, que foi escolhida porque Bale é de lá, do Pais de Gales. Quem canta é James Rainbird. Ele foi escolhido entre mais 4 mil atores, Spielberg o viu na série de TV Anatasia: The Mystery of Anna, 86, com Amy Irving (então mulher de Spielberg , que o recomendou). Grande parte das cenas no campo de prisioneiros foi cortada ou reduzida. Muitos atores mal aparecem, inclusive Miranda Richardson. Originalmente David Lean queria dirigir este filme e o roteiro de Stoppard foi escrito originalmente para o diretor Harold Becker. A imagem dos pais de Jim na cama foi imitada da pintura de Norman Rockwell, Freedom from Fear. Os aviões japoneses na verdade são Havards que foram modificados para parecem os Zeros.

Voltando ao filme, ele impressiona mais na primeira parte quando se mostra a Xanghai habitada pelos estrangeiros, era uma cidade luxuosa, cheia de gente rica, limusines, bailes de máscaras, ligações não tão inocentes. Só o prestigio pessoal de Spielberg é que permitiu que ele rodasse em lugares autênticos (ainda que contem que ele saiu antes do previsto, porque começou a esbarrar na burocracia chinesa e sua famosa corrupção, onde qualquer tipo de serviço tem que ser subornado). A sequência que ficou na memória é quando o menino se perde dos pais, quando se anuncia a chegada da guerra e se perdem em meio a multidão em pânico (a mãe o segurava, mas ele se abaixou para pegar seu avião de brinquedo e assim são separados por 5 mil pessoas assustadas). Quase todo o resto é sua sobrevivência num campo de prisioneiros, na maior parte pilotos. Mas é justamente nessa parte do meio que o filme não decola e não sabe aproveitar nem mesmo Malkovich como um cínico prisioneiro alemão. Muito bem encenado, mas sem ter a força, a garra, a emoção que prometeu.

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de “ramos Seis” de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionrio de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.

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