FILMES CLSSICOS NAS TELONAS: 3 TEMPORADA

O Cinemark exibir mais filmes clssicos consagrados por geraes, confira quais so e a opinio de Rubens Ewald Filho sobre eles

01/09/2014 16:02 Por Rubens Ewald Filho
FILMES CLÁSSICOS NAS TELONAS: 3ª TEMPORADA

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O Cinemark trará uma segunda temporada de filmes clássicos nas telonas dos cinemas. Depois do sucesso da temporada anterior, os filmes escolhidos foram:

O PODEROSO CHEFÃO: PARTE II - dias 6, 7 e 10 de setembro

A FELICIDADE NÃO SE COMPRA - dias 13, 14 e 17 de setembro

CHINATOWN - dias 20, 21 e 24 de setembro

GHOST: DO OUTRO LADO DA VIDA - dias 27 e 28 de setembro e 1 de outubro

NASCIDO PARA MATAR - dias 4, 5 e 8 de outubro

OS CAÇA-FANTASMAS - dias 11, 12 e 15 de outubro

 

 

Para ver quais as salas e horários, visite o site do CINEMARK.

 

 

A cada semana traremos a resenha crítica completa de cada filme a ser exibido. Para começar, temos:

 

 

O Poderoso Chefão 2 (The Godfather, Part Two)

EUA, 1974. 200 min. Produzido por Paramount/Coppola. Direção de Francis Ford Coppola. Roteiro de Mario Puzo e Francis Ford Coppola a partir do romance de Puzo. Fotografia de Gordon Willis. Música de Nino Rota e Carmine Coppola. Elenco: Al Pacino, Robert Duvall, Diane Keaton, Robert De Niro, John Cazale, Lee Strasberg, Michael V. Gazzo, Talia Shire, Troy Donahue, Bruno Kirby, Gastone Moschin.

Sinopse: A Trilogia conta A Saga da Família Siciliana dos Corleones que emigram para a América, onde o chefe deles se torna “capo” mafioso. Na Primeira parte, Don Corleone está velho e preocupado com a sucessão de seu império entre os filhos. Na Segunda parte, Michael assumiu os negócios com a morte do irmão mas tem problemas com a abertura para o tráfico de drogas enquanto também se conta a história da chegada do pai à América e seu primeiro envolvimento com a Organização. Na Terceira, agora é Michael, que pensa na sucessão familiar, retornando para sua terra na Sicília e pensando num sobrinho como herdeiro.

 

Comentários: Robert De Niro está brilhante em O Poderoso Chefão 2 (The Godfather Part II, 74) fazendo o papel de Marlon Brando jovem, ou seja o futuro Don Corleone, copiando seu jeitão, falando muito italiano mas sem nunca cair em caricatura (única vez em que dois atores ganharam Oscar® fazendo o mesmo personagem, no caso de DeNiro como coadjuvante). Ao contrário de Brando, que havia recusado o prêmio pela primeira parte, ele ficou satisfeito com o prêmio embora o diretor Coppola tenha recebido em seu nome, já que não estava presente. Foi sua primeira indicação ao Oscar® que foram seguidas depois por outras: Táxi Driver (76), O Franco Atirador (78), Touro Indomável (80), onde também foi vencedor, Tempo de Despertar (90) e Cabo do Medo (91).  Depois de uma fase ruim, voltou a ser indicado como coadjuvante por O Lado Bom da Vida (Silver Linings Playbook).

 

Bastidores: Um problema sério é o titulo nacional. O certo seria chamar-se O Padrinho, que é a tradução literal de The Godfather, o nome do livro original de Mario Puzo. Mas um idiota de um editor nacional resolveu chamar o livro de O Chefão aqui no Brasil. Outro ainda mais esperto roubou o nome e chamou Chefão a uma outra fita francesa. Por isso que tudo acabou virando O Poderoso Chefão quando pela própria sequência final, só faz sentido quando o herói é realmente padrinho num batismo e em sua posição na Máfia.

Ficaram lendárias as histórias por trás do Godfather, as pressões que Coppola sofreu por parte do produtor Robert Evans, que não desejava aceitar suas escolhas no elenco. Al Pacino era um desconhecido, James Caan por demais judeu para fazer um italiano e a carreira de Marlon Brando na época estava em plena decadência. Mas ele queria tanto o papel que aceitou fazer um teste, colocando algodão nas bochechas e convenceu todo mundo que ele era a pessoa ideal para interpretar Don Corleone, o Grande Capo. Outro problema foi a fotografia de Gordon Willis que era considerada tão escura que nem sequer foi indicada ao Oscar® (a principio os executivos da Paramount acharam que era engano e a devolveram ao laboratório).  Mas Coppola sempre teve uma personalidade de chefão (cá entre nós, não houve um momento vendo esta saga em que você achou que estavam até fazendo propaganda da Máfia? Ou ao menos era “a favor” dela?) e foi capaz de impor suas vontades, inclusive em casos flagrantes de nepotismo.

No papel da filha de Brando, está sua irmã Talia Shire, o sobrenome veio do casamento dela com o compositor David Shire. Na trilha musical assinada pelo “felliniano” Nino Rota teve a ajuda do pai maestro dele, Carmine Coppola, que no segundo filme já assumiu toda a responsabilidade. E no terceiro filme, quando Winona Ryder ficou doente ele colocou no papel a própria filha Sofia Coppola, feia e péssima atriz que praticamente derrubou o filme. O Primeiro Chefão ganhou apenas Oscar® de filme, roteiro e ator para Brando (que como todo mundo sabe este recusou). Mas fez história quando dois anos depois fizeram uma continuação tão boa quanto a primeira e que também levou o Oscar de melhor filme, caso único na história (única vez em que dois atores ganharam Oscar® fazendo o mesmo personagem).

O filme ficou em segundo lugar entre Os 100 maiores filmes americanos de todos os tempos. A frase famosa “vou lhe fazer uma oferta que não pode recusar” foi votada como a décima frase mais famosa do cinema americano.

A Paramount insatisfeita com Coppola queria substituí-lo por Elia Kazan mas Marlon Brando anunciou que largaria o filme. Ele já não se dava mais com seu descobridor Kazan.

Sergio Leone foi chamado para fazer o filme mas achou que a história glorifica a Máfia. Depois lamentou a decisão. E dirigiria historia semelhante com Era uma Vez na America, também uma obra prima.

Nino Rota foi originalmente indicado para o Oscar® por sua trilha musical e provavelmente ganharia, mas descobriu-se que uma melodia já tinha sido usada no italiano Fortunella (58) de Mario Monicelli com Giulietta Masina.

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de “ramos Seis” de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionrio de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.

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