FILMES CLSSICOS NAS TELONAS: O SILNCIO DOS INOCENTES

Saiba tudo sobre o clssico que o Cinemark exibe nos seus cinemas dias 4, 5 e 8 de julho

07/07/2015 15:38 Por Rubens Ewald Filho
FILMES CLÁSSICOS NAS TELONAS: O SILÊNCIO DOS INOCENTES

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Oitava temporada de Clássicos na Rede Cinemark:

- O Silêncio dos Inocentes (1991) - 04, 05 e 08/jul

- Cidadão Kane (1941) - 11, 12 e 15/jul

- Carrie - A Estranha (1976) - 18, 19 e 22/jul

- E.T. - O Extraterrestre (1982) - 25, 26 e 29/jul

- Clube dos Cinco (1985) - 01, 02 e 05/ago

- Top Gun - Ases Indomáveis (1986) - 08, 09 e 12/ago

 

 

O Silencio dos Inocentes (The Silence of the Lambs)

EUA, 1991. 118 min. Diretor: Jonathan Demme. Elenco: Jodie Foster, Anthony Hopkins, Scott Glenn, Ted Levine, Diane Baker, Anthony Heald, Brooke Smith, Kasi Lemmons, Charles Napier, Tracey Walter, Roger Corman, Chris Isaak.

Sinopse: Um psicopata conhecido como Buffalo Bill está sequestrando e assassinando jovens mulheres. Acreditando que um bandido pode reconhecer outro, o FBI envia a jovem agente Clarice Starling para entrevistar e se aproximar de outro psicopata que está preso, o psiquiatra Dr. Hannibal Lecter, um perigoso canibal que se afeiçoa a ela.

Comentários: Um caso raríssimo na história do cinema: apenas o terceiro filme em todo o Oscar em que todos os principais prêmios foram para este mesmo filme, só acontecido antes com Aconteceu Naquela Noite (34) de Frank Capra e Um Estranho no Ninho, de Milos Forman. 1975. Que foi votado como melhor filme, roteiro (no caso adaptado, por Ted Tally, do livro de Thomas Harris), direção, ator (Hopkins) e atriz (o segundo para Jodie). Também o primeiro filme de terror na história do prêmio a ganhar o prêmio máximo embora possa ser classificado também como suspense ou policial (em 2001, teve uma continuação bem inferior Hannibal, de Ridley Scott, novamente com Hopkins e com Julianne Moore substituindo Jodie. Foi seguido logo depois Dragão Vermelho (02) de Brett Ratner com o mesmo Hopkins, e Hannibal a Origem do Mal, 07, um prequel de Peter Webber com o jovem Francês Gaspard Ulliel como jovem Hannibal. Todos foram bem de bilheteria apesar de sua qualidade variável.

Em 2013, surgiu a série de TV chamada Hannibal, criada por Bryan Fuller, com o interessante ator dinamarquês Madds Mikkelsen como o protagonista, Hugh Dancy e Laurence Fishburne como seus opositores. A série continua com sucesso em sua terceira temporada). Houve ainda um filme anterior a Hannibal com a mesma história e baseada no mesmo livro que pouca gente assistiu mas era interessante, O Caçador de Assassinos (Manhunter, 86, de Michael Mann, com William Peterson (CSI) e Brian Cox como Hannibal, numa participação menor e menos importante. O roteirista Tally escreveu outros filmes mas sem o mesmo êxito (como A Jurada, Espírito Selvagem, Loucos de Paixão. Ultimamente tem sido consultor criativo de animações como Madagascar, Shrek 2 e 3). O autor do livro original Thomas Harris só tem outro livro fora de Lecter adaptado para o cinema, Domingo Negro, 77, de John Frankenheimer, sobre ataque terrorista. Ele levou 6 anos para escrever O Silencio.

Este filme foi produzido por uma firma que logo depois abriria falência, a Orion, e depois o produtor Dino de Laurentiis retomou os direitos que eram deles desde Caçador de Assassinos e o teria cedido para a Orion de graça! O projeto foi primeiro desenvolvido para Gene Hackman e Michelle Pfeiffer (ambos desistiram por causa da violência). Jonathan Demme (1944-) é um dos “filhos” da produtora New World Pictures, de Roger Corman, onde aprendeu a profissão. Também escritor e produtor, seguiu uma linha alternativa de cinema, com pequenas e boas realizações, apesar de parte da crítica americana tender a supervalorizá-lo. Nasceu em Rockville Center, Nova York. Iniciou estudos de Veterinária, mas foi durante o curso na Universidade da Flórida que começou a carreira como crítico de cinema, escrevendo para o jornal da escola. Seu primeiro emprego foi como lanterninha de cinema, trabalhando a seguir com press-release para a United Artists, Avco Embassy e Pathè. Em 1969 começou a colaborar com Roger Corman, entrando para sua companhia em 1972. Melvin e Howard (1980) recebeu os prêmios da National Society of Film Critics e da New York Film Critics. Esteve por um longo período no Brasil, chegando a adotar em seus filmes nos letreiros finais, uma frase simbólica (E a luta Continua, assim em português). Isso talvez explique seu sucesso.

Depois de acertar com comédias policiais para Michelle Pfeiffer (Totalmente Selvagem) e Melanie Griffith (De Caso com a Máfia), conseguiu a oportunidade de realizar O Silêncio dos Inocentes, que lhe deu Oscar de Diretor. Logo a seguir fez um bom drama sobre Aids (quase um pedido de desculpas por Silêncio dar uma imagem negativa dos gays), Filadélfia. Mas depois veio um inexplicável silêncio, limitando-se a produzir fitas alheias com ocasionais retornos em series de teve ou shows filmados. E um único acerto,em 2009, O Casamento de Rachel (Rachel Getting Married, com Anne Hathaway, Rosemarie DeWitt). Seu último filme parece interessante: Ricki and the Flash (Meryl Streep, Sebastian Stan).

Demme acertou inteiramente neste projeto ousado e soturno, dos filmes mais angustiantes jamais realizados. Embora Hopkins apareça relativamente pouco tempo na tela (24 minutos e 52 segundos), sua presença é dominante e inesquecível. É ainda recordista de menos, seguido por David Niven em Vidas Separadas (58).

Este é um dos filmes que mais tem trivia! Jodie Foster afirma que no primeiro encontro dela com Lecter e Starling, Hopkins improvisou o sotaque sulista na hora e a deixou sem reação e chocada. Hopkins nunca pisca, o que ele tirou de um amigo de Londres, que assim irritava os outros. Demme declarou que escolheu Hopkins baseado em outro medico que ele viveu, Dr. Treves em O Homem Elefante, 80.

Buffalo Bill é a combinação de três serial killers reais: Ed Gein, que tirava a pele das vitimas, Ted Bundy, que colocava as mulheres em sua perua e Gary Heidnick, que mantinha as mulheres no seu porão. Hopkins e Jodie tem apenas 4 cenas juntos no filme. O livro original foi inspirado no relacionamento do criminologista Robert Keppel e Ted Bundy. Quando Hopkins foi chamado para o filme, achou que seria um filme infantil!

A figurinista queria vestir Lecter de amarelo mas Hopkins a convenceu a vestir branco, assim ficava mais parecido com dentistas! O American Film Institute votou em Hannibal como o vilão número um do cinema e Clarice ficou em sexto lugar entre as heroínas (foi a primeira mulher na lista).

Hopkins tentou fazer sua voz parecida com a HAL o computador de 2001, uma Odisséia no Espaço. Mas acha que ficou uma mistura de Truman Capote e Katherine Hepburn.A inspiração para a mariposa no poster, não é a Morte mas um quadro de Salvador Dali, In Voluptas Mors de sete mulheres nua que parecem formam uma caveira.

Para o papel de Hannibal foram considerados John Hurt, Christopher Lloyd, Dustin Hoffman, Patrick Stewart, Louis Gossett Jr., Robert Duvall, Jack Nicholson e Robert De Niro. Jeremy Irons recusou o papel achando que era parecido demais com o que tinha feito pouco antes em O Reverso da Fortuna. Segundo o diretor, 300 atrizes tentaram o papel de Clarice. Nicole Kidman e Halle Berry chegaram a fazer testes. Melanie Griffith recusou o papel porque o achou perturbador. Michelle Pfeiffer foi a favorita até surgir Jodie. Também estiveram no alto da lista Meg Ryan, Andie MacDowell.

Curiosamente quando o filme ganhou o Oscar ele já estava disponível em vídeo (foi o primeiro caso da História a acontecer isso!).

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de “ramos Seis” de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionrio de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.

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