FILMES CLSSICOS NAS TELONAS: SE MEU APARTAMENTO FALASSE, DE BILLY WILDER

Saiba tudo sobre o clssico que o Cinemark exibe nos seus cinemas dias 7, 8 e 11 de fevereiro

06/02/2015 12:58 Por Rubens Ewald Filho
FILMES CLÁSSICOS NAS TELONAS: SE MEU APARTAMENTO FALASSE, DE BILLY WILDER

tamanho da fonte | Diminuir Aumentar

Se Meu Apartamento Falasse (The Apartment)

EUA, 1960. 124 min. Produzido por Mirisch/United Artists. Direção de Billy Wilder. Roteiro de I.A.L. Diamond e Billy Wilder. Fotografia de Joseph LaShelle. Música de Adolph Deutsch. Elenco: Jack Lemmon, Shirley MacLaine, Fred MacMurray, Ray Walston, Edie Adams, Jack Kruschen, Joan Shawlee, David Lewis.

 

Sinopse: Um modesto funcionário de uma grande empresa de seguros tenta subir na carreira emprestando seu apartamento para o seu chefe ter encontros com a amante dele, a ascensorista. Mas sem querer, acaba se envolvendo na vida dela, quando a moça tenta o suicídio.

 

Bastidores: Premiado com Oscars de melhor filme, diretor, roteiro original, direção de arte em preto e branco, montagem (Wilder e seu parceiro Diamond ganharam um recorde de estatuetas para a mesma pessoa, três Oscars). Lemmon na época descreveu a cena em que ele tenta reviver Shirley de seu coma como das mais difíceis que já tinha feito (em cima da cama há um quadro, Ciganos Adormecidos, de Roussseau, em cuja composição Wilder teria se inspirado). Paul Douglas que ia fazer o papel do chefe morreu dois antes de começarem as filmagens e o velho amigo MacMurray (havia feito Pacto de Sangue com Wilder) foi chamado .

Shirley e Lemmon se reuniriam novamente com Wilder dois anos depois, Irma La Douce (63), mas sem o mesmo sucesso. Em 1968, o filme foi transformado em show da Broadway de sucesso, Promises, Promises, com canções de Burt Bacharach e Hal David, estrelado por Jerry Orbach e Jill O´Hara.

 

Critica: Billy Wilder (1906-2002) nunca negou que era um cínico. Acontece que às vezes ele exagera, fica com a mão pesada demais (Beija-me Idiota), ou é derrubado pelas ciladas da sátira (Cupido não tem Bandeira). Mas por vezes deixa entrever por trás das ironias, seu bom, velho e sentimental coração, O que deve explicar o sucesso deste filme, que no fundo foi seu último grande sucesso de público e critica. Até os gênios envelhecem e nunca mais a mistura deu tão certo. Talvez por que aqui Billy ainda estava deslumbrado com a descoberta dos inúmeros talentos de Jack Lemmon (1925-2001) e  Shirley MacLaine.

Segundo o diretor, a origem da fita é remota, nasceu quando ele assistiu o filme Desencanto (Brief Encounter, 46) onde se contava a história de um casal adúltero que pedia emprestado um apartamento de um amigo para poderem ter uma relação sexual (não existiam motéis na época, nem do filme original nem deste). Quando procurava um papel para Jack Lemmon veio essa ideia que ele juntou com um escândalo em Hollywood, um marido ciumento que matou um agente que tinha um caso com a mulher dele, uma atriz (no caso era Joan Bennett). O que interessou a Billy foi que para os encontros sexuais o casal utilizava o apartamento de um funcionário de baixo escalão da agencia, que era solteirão e trabalhava na correspondência. Foi assim que tomou forma esta comédia-dramática, daquelas que fazem rir (mas também incomodam um pouco). Wilder considera este seu melhor filme até por ter chegado ao público num momento ideal, quando se aceitava melhor a liberalização de costumes (embora insista que a fita demonstra também seu amor por Nova York, por pessoas que não chamam a atenção e que de repente se tornam heróis de uma hora para outra. E até pelos vizinhos que se ajudam mesmo quando não se entendem). Mas a maneira mais simples de entender o filme é como uma crítica ao capitalismo das empresas e empregados, onde para se ter sucesso é preciso ter cara de pau e nenhum escrúpulo. E por isso muita gente o considera imoral (ou simplesmente realista, ao menos até o fim que já é mais discutível). Embora a história pudesse se passar em qualquer outra cidade do mundo, o filme é muito americano, muito de sua época, inteligente como só Wilder sabia fazer.

Linha
tamanho da fonte | Diminuir Aumentar
Linha

Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de “ramos Seis” de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionrio de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.

Linha

relacionados

Todas as mterias

Efetue seu login

O DVDMagazine mantm voc conectado aos seus amigos e atualizado sobre tudo o que acontece com eles. Compartilhe, comente e convide seus amigos!

E-mail
Senha
Esqueceu sua senha?

Não é cadastrado?

Bem vindo ao DVDMagazine. Ao se cadastrar voc pode compartilhar suas preferncias, comentar ou convidar seus amigos para te "assistir". Cadastre-se j!

Nome Completo
Sexo
Data de Nascimento
E-mail
Senha
Confirme sua Senha
Aceito os Termos de Cadastro