OSCAR 2014: Meu Malvado Favorito 2 (Despicable Me 2)
Muito pastelão, piadinhas com os Minions, num pacote que faz rir.
Meu Malvado Favorito 2 (Despicable Me 2)
EUA, 12. Direção de Pierre Coffin, Chris Renaud. 98 min. Vozes originais de Steve Carrell, Kristen Wiig, Benjamin Bratt, Russell Brand, Ken Jeong, Steve Coogan. Vozes brasileiras Maria Clara Gueiros, Leandro Hassum, Sidney Magal e Marcius Melhem.
Indicado ao Oscar® de melhor animação do ano, esta continuação custou 76 milhões, rendeu 368 milhões no EUA e no resto do mundo mais 602! Foi, portanto, mega sucesso! Em 2010, o primeiro filme rendeu 250 milhões de dólares apenas nos Estados Unidos mesmo tendo personagens desconhecidos. Alem de 7 indicações para o Annie, e mais Globo de Ouro, Bafta e outros (mas não Oscar).
Eu, porém, coloquei algumas restrições que o público ignorou. Era paixão mesmo. O protagonista chamado de Gru (e que mantém seu um tom de voz que é uma mistura de Bela Lugosi e Ricardo Montalban) era o primeiro malvado ou seja vilão, a dominar um filme inteiro (Nem Cruell de Vil de Dálmatas de Disney foi capaz disso). Daí o encanto deste mal humorado e infeliz Gur, que vive para fazer as piores maldades (como roubar pedaço da lua).
Nesta continuação retornou a dupla de diretores franceses Pierre Coffin e Chris Renaud , simplesmente porque a Universal pertence parcialmente aos franceses do Canal Plus, ou seja, tudo ficou mais fácil e ajuda a dar uma roupagem internacional ao projeto que se tornou o filme do gênero, não americano de maior sucesso nos EUA!. Aliás, neste momento já estão anunciando uma nova continuação que ira se chamar Os Minions para 2014. Para quem não sabe o que é: este é o nome dos ajudantes do Gur, aqueles amarelinhos que parecem mais dedal de dedo.
Ainda assim houve problemas na dublagem: Javier Bardem se afastou da produção e Al Pacino começou a gravar o personagem do latino Eduardo, mas houve briga e largou o projeto.
De qualquer forma, havia um problema difícil de resolver. Gru é um sujeito mau que ao final da primeira história se arrepende e muda completamente, adotando as três crianças e procurando levar outra vida. Mesmo fugindo das mulheres, por alguma estranha razão, ainda as atrai e continuam a dar em cima dele! Ou seja, o Malvado deixa de ser malvado. Então o que fazer com ele? Bem que podiam lhe dar uma paulada na cabeça e uma recaída mas a opção foi outra, transformá-lo ainda mais em família! Mudando completamente o caráter do filme. No máximo agora ele tem ataques de mau humor e se tornou um resmungão, um rabugento. Tornou-se comédia romântica, comédia infantil, dando muito espaço aos minions (que inclusive tem a honra de encerrar o filme com quase um numero de circo, no meio dos letreiros!).
Ou seja, o ex-vilão cuida de suas crianças adotadas quando o fiel cúmplice Dr. Nefarius larga seu emprego em busca de melhor alternativa. Mas é visitado por uma super espiã Lucy Wilde, da Liga Anti Vilão, que vem lhe pedir ajuda para enfrentar quando um desconhecido roubou um laboratório com um aeronave-imã. Dessa forma, ele embarca numa historia cheia de comédia de situações, dificuldades românticas das crianças (uma delas se envolve com um garoto latino todo metido, que vem a ser filho do bandido latino). Ou seja, muito pastelão, piadinhas com os Minions, num pacote que faz rir. Suponho porém que o terceiro capitulo que será em cima dos Minions deve estourar ainda mais.
Sobre o Colunista:
Rubens Ewald Filho
Rubens Ewald Filho é jornalista formado pela Universidade Católica de Santos (UniSantos), além de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados críticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veículos comunicação do país, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de São Paulo, além de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a década de 1980). Seus guias impressos anuais são tidos como a melhor referência em língua portuguesa sobre a sétima arte. Rubens já assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e é sempre requisitado para falar dos indicados na época da premiação do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fãs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleção particular dos filmes em que ela participou. Fez participações em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minisséries, incluindo as duas adaptações de Éramos Seis de Maria José Dupré. Ainda criança, começou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, além do título, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informações. Rubens considera seu trabalho mais importante o Dicionário de Cineastas, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o único de seu gênero no Brasil.