Os Olhos Amarelos do Crocodilo (Les Yeux Jaunes des Crocodiles)
Dá para passar o tempo, mas pouco mais do que isso...
Os Olhos Amarelos do Crocodilo (Les Yeux Jaunes des Crocodiles)
França, 14. 118 min. Direção de Cécile Telerman. Com Julie Depardieu, Patrick Bruel, Emmanuelle Béart, Alice Isaaz, Jacques Weber, Edith Scob, Samuel Le Bihan, Karole Rocher, Quim Gutiérrez.
Francamente achei o Festival Varilux uma confusão danada, com excesso de filmes, programações difíceis de seguir, excesso de cinemas e excesso de convidados. Tudo se diluiu e me impediu de acompanhar numa semana onde temos que assistir também as estreias normais. De qualquer forma, fico contente que estejam chegando os filmes franceses que mesmo quando não são nenhuma maravilha sempre são mais humanos e profundos e verdadeiros do que o similar americano. Confesso também que me criei sob as asas da cultura francesa e tenho especial interesse em acompanhar o que produzem e realizam. Neste caso, é uma comédia dramática mais endereçada ao público feminino, feito por Cécile Telerman, baseado em livro de Katherine Pancol. É o terceiro longa da realizadora, de quem passou no Brasil Algo que Você Precisa Saber, 09, com Charlotte Rampling e Mathilde Seigner. Na época escrevi “Os franceses tem feito ultimamente uma série de filmes sobre famílias em crise, que ser reúnem em fins de semana. O que diferencia este dos outros, ainda em cartaz, é que tem uma trama mais dramática, mais complicada. Que acaba transformando-o num novelão, cheio de coincidências e reencontros. É o segundo longa de uma roteirista-diretora Cécile Telerman que não parece ainda dominar a linguagem. Sua narrativa é quadrada, sem estilo, sem fluidez. De forma acadêmica e sem paixão, relatava a história de uma família em crise”.
Mais ou menos a mesma coisa aqui, onde mostra uma dona de casa infeliz Josephine (Julie Depardieu, filha de Gérard) com um marido desempregado (Bihen) que a deixa com as crianças, inclusive com uma adolescente impertinente. Ele foi morar numa casa que tem lago com crocodilos, o que explicaria, mas nem tanto, o título. A figura mais marcante é a ainda bela Emmanuelle Béart, que faz a irmã dela, Iris, que tem também um marido infeliz e traidor, mas ela ainda vive de ilusões e sonhos. Entre eles, pede para a irmã escrever um livro que seria publicado como o nome dela, Iris. Josephine topa e o livro é um imenso sucesso. Daí...
Segue-se uma série de confusões não especialmente notáveis ou marcantes.Dá para passar o tempo, mas pouco mais do que isso...
Sobre o Colunista:
Rubens Ewald Filho
Rubens Ewald Filho é jornalista formado pela Universidade Católica de Santos (UniSantos), além de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados críticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veículos comunicação do país, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de São Paulo, além de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a década de 1980). Seus guias impressos anuais são tidos como a melhor referência em língua portuguesa sobre a sétima arte. Rubens já assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e é sempre requisitado para falar dos indicados na época da premiação do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fãs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleção particular dos filmes em que ela participou. Fez participações em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minisséries, incluindo as duas adaptações de Éramos Seis de Maria José Dupré. Ainda criança, começou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, além do título, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informações. Rubens considera seu trabalho mais importante o Dicionário de Cineastas, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o único de seu gênero no Brasil.