Por Trás dos Seus Olhos (All I See Is You)

EUA, 16. 110min. Direção de Marc Foster. Com Blake Lively, Jason Clarke, Danny Huston, Ahna O’Reilly, Miquel Fernández.

Talvez tenha sido mera intuição, mas eu custei a querer assistir este filme apesar de ter a presença de Blake Lively, que parecia uma atriz promissora, esposa do Ryan Reynolds, Deadpool, já com dois filhos e que deixou boa impressão na série de TV Gossip Girl e no Águas Rasas as voltas com tubarões! E também é possível que eu tenha sido influenciado pelo filme nacional Teu Mundo Não Cabe nos Meus Olhos, de Paulo Nascimento, que soube tratar com tanto respeito e delicadeza a questão dos deficientes visuais.

Não é o caso deste drama confuso e desagradável que confirma a decadência do diretor alemão Marc Foster (que depois também fez o insosso Christopher Robin). Não é a toa que o filme que tem certa idade e estreou aqui atrasado, foi um imenso desastre de bilheteria não rendendo mais do que 217 mil dólares! Para custo de 30 milhões de dólares. Francamente não entendi o que o diretor estava com a cabeça para fazer um filme caótico e irritante para confundir e tirar a emoção da heroína Gina que sofreu um acidente que a deixou cega. Já a encontramos casada com um homem rico (difícil entender do que ele vive morando em Bangkok, Tailândia, o que propicia apenas algumas paisagens curiosas turísticas), até porque começamos o filme com uma cena de sexo do casal, com alguma nudez, mas desde o começo é prejudicado pelo exagero da fotografia de boate dançante e a tentativa de reproduzir o que a heroína estaria sentido com sua falta de visão, no começo parcia,l mas que vai se destroçando (quando devia ser o contrario) quando Gina encontra a possível cura para a recuperação.

Se o filme era enlouquecedor com os trejeitos da câmera, vai ficando cada vez mais esquisito, quando finalmente percebemos que o ator que faz o marido tem uma cara de bandido intolerável (aliás, essa é a explicação do tal australiano Jason Clarke, que fez o vilão de Mudbound, esteve em Evereste e A Hora mais Escura. O final consegue ser ainda mais repreensível. Fui procurar nas críticas americanas e o fervor negativo é ainda pior do que o meus palpites, chegando a novos pináculos de ruindade.